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Eleições 2024
Acompanhe a repercussão dos resultados do segundo turno

Eduardo Pimentel (PSD) é eleito prefeito de Curitiba

Atual vice-prefeito disputava a vaga com a jornalista Cristina Graeml (PMB)

27 out 2024 - 18h11
(atualizado às 18h17)
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Eduardo Pimentel foi votar ao lado da família
Eduardo Pimentel foi votar ao lado da família
Foto: Reprodução/Instagram

Eduardo Pimentel (PSD) conquistou a maioria dos votos no segundo turno das eleições em Curitiba (PR) e foi eleito prefeito neste domingo, 27. O atual vice-prefeito disputava a vaga com a jornalista Cristina Graeml (PMB).

O resultado se desenhou já com 92,24% das urnas apuradas, por volta das 18h08. Pimentel teve 57,31% dos votos válidos, enquanto Cristina levou 42,69%.

A disputa acirrada entre eles já era esperada. Na véspera do 2º turno, a pesquisa Quaest trouxe o candidato do PSD com 55% dos votos válidos entre os eleitores curitibanos, contra 45% da comunicadora do PMB.

Veja o desempenho dos candidatos:

Eduardo Pimentel (PSD) - 57,31%

Cristina Graeml (PMB) - 42,69%

Consolidação da centro-direita e disputa por apoio de Bolsonaro

A vitória de Pimentel reforça a consolidação da centro-direita no poder da cidade. Desde 2017, essa é a vertente que impera no município, quando Rafael Greca (DEM) venceu nas urnas pela segunda vez, já que havia sido prefeito entre 1993 e 1996. Com Pimentel como vice, o político conseguiu se reeleger em 2020. 

Antes disso, desde 1988, a cidade era liderada por candidatos de partidos centro-esquerda. 

O PDT teve prefeitos eleitos por 12 anos (1988 a 2000) -- Roberto Requião, Jaime Lerner, Rafael Greca e Cássio Taniguichi. Depois foi a vez do PSDB governar, com Beto Richa, eleito em 2004, sendo reeleito em 2008. 

Ele renunciou em 2010 para concorrer ao cargo de governador do estado e venceu. Em seu lugar, entrou seu vice, Luciano Ducci (PSB), que voltou a disputar o cargo agora em 2024. Depois dele, foi a vez de Gustavo Fruet (PSD), eleito em 2012 e reeleito em 2016. 

Rafael Greca foi eleito em 2017, pelo Democratas, partido considerado centro-direita, e reeleito em 2020, dando fim à hegemonia de partidos centro-esquerda. 

Na Câmara Municipal o cenário está dividido. Neste ano, o Democrátas foi o partido que mais elegeu vereadores, cinco ao todo, seguido pelo PSD, com quatro. PDT, PT e PSB, com 3 cada. 

Disputa pela imagem de Bolsonaro

Nesta eleição, tanto Eduardo Pimentel (PSD) como Cristina Graeml (PMB) disputaram pelo apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em busca de votos dos eleitores bolsonaristas da capital paranaense. 

Ainda no primeiro turno, o atual vice-prefeito conseguiu o apoio oficial do ex-mandatário e de Deltan Dallagnol, ex-deputado federal e ex-procurador da Lava Jato, além do governador do Paraná, Ratinho Junior. Sua coligação é composta por Novo, PL, MDB, Republicanos, Podemos, Avante e PRTB. Já o partido de Cristina Graeml (PMB) não tinha coligações no Executivo. 

Pimentel disputou os votos bolsonaristas com a apresentadora, que também recorreu à imagem de Bolsonaro durante a campanha. Mesmo que com um apoio informal, Cristina conseguiu a autorização para publicar uma foto com o ex-presidente ainda antes do primeiro turno.  

Graeml conseguiu autorização para publicar foto com Bolsonaro durante a campanha, ainda antes do primeiro turno
Graeml conseguiu autorização para publicar foto com Bolsonaro durante a campanha, ainda antes do primeiro turno
Foto: Instagram

Em outro momento, Bolsonaro chegou a gravar um vídeo desejando “boa sorte” para Cristina. A candidata também é alinhada às pautas da direita, já que se uniu ao movimento criado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que cobra um posicionamento dos senadores do PSD sobre o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e defende a anistia dos presos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro. Ela ainda prega pelo fim da ideologia de gênero nas escolas, outra pauta de interesse da extrema-direita.

Racha bolsonarista

A disputa entre Pimentel e Cristina também causou uma "racha" entre os bolsonaristas, já que Carlos Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro e vereador pelo PL, criticou o vice-prefeito. Ele replicou o vídeo do debate em seu perfil no X, em que o candidato apoiado pelo seu pai diz que “não são os apoiadores” que valem na disputa pela prefeitura, mas “o que se pensa”. 

O filho 02 de Bolsonaro afirmou que “a boca fala o que o coração está cheio”, mas o vice de Pimentel, Paulo Eduardo Martins (PL), o defendeu: “Ele também manifestou respeito por Jair Bolsonaro e afirmou que o apoiou em 2022”.

Já Flávio Bolsonaro, outro filho do ex-presidente e senador pelo PL, disse em entrevista ao Metrópoles que seu pai não se posicionará oficialmente sobre quem irá apoiar no segundo turno, porque "Cristina Graeml é um baita de um quadro” e é “uma pessoa realmente de direita”, e deixou na mão dos eleitores. “Ali, é uma situação difícil para o ex-presidente se posicionar e eu acho que o eleitor terá que ficar com sinais que vão ser dados pelo Bolsonaro”, declarou. 

Virada às vésperas do primeiro turno

O candidato do PSD esteve à frente das pesquisas desde o início da corrida eleitoral. Mas o segundo colocado surpreendeu no primeiro turno. Ainda que Luciano Ducci (PSB), candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio da Silva, aparecesse na vice-liderança das pesquisas, Cristina Graeml conseguiu a virada às vésperas das eleições. 

No comparativo de levantamentos feitos pela Quaest entre 27 de agosto e 17 de setembro, o atual vice-prefeito cresceu expressivamente, saindo de 19% das intenções de voto para 36%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. Já Ducci oscilou negativamente dentro da margem de 18% para 15%. Já Cristina Graeml aparecia com 5% em ambas as datas.

Mas, a pesquisa divulgada na véspera do primeiro turno já apontava uma possível reviravolta. Em 5 de outubro, a Quaest mostrava Eduardo Pimentel com 30% dos votos válidos, Cristina Graeml, 26%, e Luciano Ducci, 23%, com margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos. 

Resultado que se consolidou nas urnas. A apresentadora passou para o segundo turno com o apoio de 31,2% do eleitorado, contra 33,5% de Pimentel. Ducci, por sua vez, alcançou apenas 19,44% dos votos válidos.  

Troca de acusações e polêmicas

A jornalista e o vice-prefeito trocaram várias acusações durante a reta final da campanha. Um dos calcanhares de Aquiles de Pimentel foi uma reportagem feita pelo Metrópoles, com a informação de que funcionários da prefeitura afirmaram terem sido coagidos a doar para a campanha do pessedista. 

Um áudio obtido pela coluna de Guilherme Amado mostrou que Antônio Carlos Pires Rebello, superintendente de Tecnologia da Informação da administração municipal, disse a servidores que teriam que comprar convites de R$ 3.000 para um jantar da campanha de Pimentel, ocorrido em 3 de setembro. Na orientação, o superintendente pediu para que os repasses fossem feitos por contas de parentes e amigos próximos. Após o caso vir à tona, ele foi exonerado do cargo.

Quando questionado sobre as denúncias, Pimentel informou que Cristina estava espalhando “desinformação”, e que sofreu “muitos ataques” da campanha da adversária. “Querer atribuir a mim uma coisa que não tenho responsabilidade. É desinformação. Ele foi demitido na hora e instauramos uma comissão para apurar”, declarou. 

A candidata do PMB também acusou o adversário de ser ligado ao "centrão fisiológico". “O PSD está vinculado a Lula e agora quer fingir que a discussão não é essa”, afirmou. 

Pimentel, no entanto, chegou a associar a jornalista ao candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), dizendo que o PMB está com o partido do deputado paulista, questionando quem estava "mais em desconformidade". Cristina rebateu dizendo que o "PMB do Paraná não tem conexão com a direção nacional, e nem com o apoio a Boulos”.

Pobre paga mais?

Além das trocas de farpas durante a disputa, Cristina se envolveu em uma polêmica após apresentar em seu programa de governo a "passagem proporcional" de ônibus, na qual a cobrança seria feita conforme a distância percorrida pelos passageiros. Essa mesma proposta foi usada pelo deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) em 2012, quando disputou o primeiro turno da Prefeitura de São Paulo. 

À época, segundo o jornal Folha de S. Paulo, a proposta não foi recebida positivamente e contribuiu para que ele não passasse para o segundo turno. 

A mesma proposta feita por Cristina pode ter sido um tiro no pé, já que seu adversário teve mais votos nas regiões mais afastadas de Curitiba, durante o primeiro turno, enquanto ela foi a mais votada no Centro. 

Durante uma entrevista ao podcast Inusitável, a candidata disse que "não é justo" que os passageiros que atravessam o município de um ponto extremo a outro paguem o mesmo do que aqueles que fazem percursos mais curtos.

"Na hora que você vai comprar a passagem na maquininha, você já diz 'eu vou do Batel ao Centro Cívico'. Opa, três quilômetros, vai custar tanto. Preço por quilômetro rodado. 'Mas vai ser injusto, porque quem mora na região metropolitana tem menos poder aquisitivo, tanto que usa ônibus e precisa rodar mais'. Mas é uma escolha tua. Se você quer morar na região metropolitana e trabalhar na capital, você vai ter que se deslocar por um período maior e um percurso maior", declarou. 

Quanto à população mais pobre, ela disse que o governo poderia subsidiar as passagens, com ajuda da iniciativa privada.

Propostas

Entre as propostas de Pimentel estão a construção de seis novos postos de saúde na cidade, revitalização completa do Centro, fomento do turismo, asfaltar 500 km de ruas e criar local próprio para mulheres que vendem itens em brechós online. 

Além disso, o candidato prometeu vale creche para que as famílias consigam colocar as crianças em estabelecimentos da rede particular próximos de casa, caso não encontrem vagas em unidades públicas. O candidato do PSD também disse que irá oferecer qualificação para jovens que estão saindo do ensino médio e buscam por emprego.

Quanto ao transporte público, ele afirmou que reduzirá o valor da tarifa do ônibus, hoje em R$ 6, uma das mais caras do País. A mudança está prevista para setembro de 2025. 

Quem é Eduardo Pimentel 

Atual vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel é administrador por formação e ocupou o cargo nos dois mandatos do atual prefeito Rafael Greca (PSD). Ele é neto de Paulo Pimentel, ex-governador do Paraná.

Em janeiro de 2023, o político de 40 anos foi nomeado secretário das Cidades do governo do Paraná, a convite do governador Ratinho Júnior (PSD). Ele ficou no cargo até oficializar sua candidatura à prefeitura.

Antes disso, em 2010, Pimentel disputou a eleição para deputado estadual, mas ficou na suplência. Sua carreira política inclui cargos como diretor da Casa Civil, da Fundação Cultural de Curitiba e das Centrais de Abastecimento do Paraná. Pimentel também foi secretário municipal de Obras. 

Fonte: Redação Terra
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