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Eleições SP: Datena diz nunca ter assistido a debates, e Marçal afirma que 'guerra vai começar'

Os dois seguem empatados em 3º lugar nas intenções de votos à prefeitura; nesta quinta-feira, 8, eles participam de 1º debate da campanha

8 ago 2024 - 21h59
(atualizado às 22h31)
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Foto: Karen Lemos/Terra

Antes do primeiro debate de candidatos à Prefeitura de São Paulo ter início, na noite desta quinta-feira, 8, José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB) chegam à Band TV com um discurso afrontoso. Na corrida eleitoral, segundo dados atualizados do Datafolha, os dois seguem empatados em terceiro lugar com relação às intenções de votos. O Terra acompanha o debate presencialmente.

"Nunca assisti a um debate na minha vida. Vai ser uma experiência diferente. Espero crescer em alguma coisa", disse Datena à imprensa, em sua chegada ao estúdio na capital paulista. O candidato disse esperar que sejam apresentadas mais propostas do que discussões, “porque discussão não leva a nada”, acrescentou, dando ênfase à questão da polarização política.

O apresentador, em sua primeira campanha eleitoral oficial, se apresenta como uma terceira via para além de Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Jair Bolsonaro, e Guilherme Boulos (PSOL), apoiado por Lula: "Temos que acabar com a polarização para que o Brasil fique um país livre do ódio".

Questionado sobre os resultados de pesquisas eleitorais, Datena disse não querer comentar. "Eu acho que temos ótimos pesquisadores e gente competente e, na realidade, cada pesquisa tem seus métodos. Eu gosto daquela em que eu saio em primeiro lugar. Mas respeito demais os pesquisadores. Vamos ver", disse, frisando que, desta vez, vai até o fim nas eleições.

Já Pablo Marçal começou a noite 'pedindo para que Deus mude a sorte de São Paulo'. "Nós não aguentamos tantos políticos vagabundos, pessoas que na verdade são marionetes na mão da máfia do crime organizado", disse ele, sem apresentar provas ou citar casos específicos. "Eu não vim agradar ninguém", complementou.

Por estar comparecendo a um debate eleitoral, Marçal diz já se considerar um vencedor. "A guerra vai começar. Tem que entrar um homem de coragem para combater a criminalidade", afirmou, seguindo a linha de seu discurso eleitoral. 

As eleições municipais de 2024 acontecem no dia 6 de outubro, o primeiro domingo do mês. Já o segundo turno, se for o caso, deve acontecer no último domingo de outubro, no dia 27.

Mais do bastidor

Montagem com os candidatos Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Tabata Amaral nos bastidores do primeiro debate à Prefeitura de São Paulo
Montagem com os candidatos Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Tabata Amaral nos bastidores do primeiro debate à Prefeitura de São Paulo
Foto: Karen Lemos/Terra

Enquanto Datena destaca estar em uma "condição diferente", por nunca ter participado de um debate eleitoral, Ricardo Nunes já se apresenta como "superpreparado" para a sabatina. "Meu objetivo aqui é conversar com muito respeito. Não vai ter um tema que eles vão abordar que eu não vou mostrar que transformei a cidade para melhor", complementou.

Ricardo Nunes, o atual chefe do Executivo de São Paulo, segue em empate técnico nas intenções de votos com Guilherme Boulos, segundo o Datafolha. A partir disso, Guilherme Boulos, que foi o primeiro a chegar no estúdio da Band, ressaltou que São Paulo está mal administrada e avaliou não ser falta de dinheiro, mas "falta de prefeito". "Por isso estamos nessa campanha, para fazer uma cidade mais justa, mais humanizada", disse.

Entre os cinco candidatos que participam deste primeiro debate por São Paulo, Tabata Amaral (PSB) é a que aparece por último nas apostas de intenções de voto. Ainda nos bastidores do debate, ela disse ser a pessoa que estava mais ansiosa para esse momento chegar. 

"O que as três pesquisas mostraram gente, para além de uma grande variação de números, é que a grande maioria das pessoas não fechou o voto ainda e isso demonstra mais ainda a importância desse debate", disse, vendo o momento como uma oportunidade de demonstrar relevância. 

Cenário político

Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) seguem na liderança das intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo, empatados tecnicamente com 23% e 22%, respectivamente. Esse é o cenário divulgado pelo Datafolha nesta quinta-feira, 8, a primeira pesquisa após as convenções que definiram os candidatos.

O panorama se mantém estável em comparação à pesquisa anterior, realizada no início de julho, quando o prefeito em exercício e o deputado federal obtiveram 24% e 23%, respectivamente. O cenário está estável desde maio, quando  seguiram com variações dentro da margem de erro.

Em terceiro lugar na disputa, aparecem o apresentador José Luiz Datena (PSDB) e o coach Pablo Marçal (PRTB), ambos com 14% das intenções de votos. Os dois seguem em ascensão – na pesquisa de julho, estavam com 11% e 10%, respectivamente. Em maio, tinham 8% e 7%.

Mais distantes, agora estão Tabata Amaral (PSB), com 7%, e Marina Helena (Novo), com 4% – essa última que não participa do debate desta quinta-feira, 7. Na sequência, aparecem João Pimenta (PCO) com 2% e Altino (PSTU) com 1%, que também não participam da sabatina.

Os demais candidatos não pontuaram. Votos brancos ou nulos somam 11%, e 3% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder. Este levantamento é o primeiro realizado após a saída de Kim Kataguiri (União Brasil) da corrida eleitoral, que alegou falta de apoio dentro de seu partido. Kataguiri declarou voto em Nunes.

Segundo o Datafolha, em um cenário de segundo turno com Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, que lideram nas pesquisas, o atual prefeito aparece com 49% e o deputado federal com 36%. A distância entre eles aumentou, com vantagem para Nunes. Antes, na pesquisa de julho, as intenções eram de 48% a 38%, respectivamente. 12% dizem que votariam em branco ou nulo e 2% preferiram não se posicionar.

O Datafolha entrevistou 1.092 eleitores na cidade de São Paulo na terça-feira, 6, e na quarta-feira, 7. A pesquisa, encomendada pela Folha de S.Paulo e registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-03279/2024, possui uma margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Fonte: Redação Terra
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