Eleitorado brasileiro envelhece e cresce 5,17% em 4 anos
O eleitorado brasileiro cresceu de 135.804.433 em 2010 para 142.822.046 em 2014, um incremento de 5,17% entre os dois anos com eleições presidenciais. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o eleitorado está mais velho, tendo como faixa etária predominante os cidadãos entre 45 e 59 anos.
Segundo números apresentados nesta terça-feira, o eleitorado de 45 a 59 anos cresceu de 30.753.427 em 2010 (22,65% do total de eleitores) para 33.790.849 (23,66%) em 2014. Na última eleição presidencial, a faixa etária mais expressiva era a de 25 a 34 anos (32,7 milhões ou 24,15% do total) e agora tem 33,2 milhões ou 23,29% do total.
O eleitorado jovem, entre 16 e 17 anos, reduziu de 2.391.352 (1,76%) para 1.638.751 (1,15%). O presidente do TSE, ministro José Antonio Dias Toffoli, evitou fazer comentários políticos sobre a mudança, mas disse que o tribunal mudou a metodologia para classificar o eleitorado.
Em 2010, um eleitor que completava 18 anos depois do dia 30 de junho era contabilizado como tendo 17 anos. Hoje, a idade é contabilizada a partir da data das eleições.
“A mudança de metodologia atende à data da eleição, como houve a possibilidade por um software de se saber que na data da eleição ele terá 18 anos, já contabilizamos esse eleitor como tendo 18 anos”, disse Toffoli.
A população eleitoral de idosos também aumentou em comparação com 2010, saltando de 20,7 milhões para 24,2 milhões, o que representa 17,01% dos eleitores aptos.
Mais mulheres
Os números do TSE também comprovam o aumento do número de mulheres eleitoras, que já eram maioria nas eleições de 2010. O número eleitores homens passou de 65.282.009 para 68.247.598, caindo em percentual de 48,07% para 47,79%. Já as mulheres passaram de 70.252.943 (51,82%) para 74.459.424 (52,13%).
Maiores colégios eleitorais
Segundo dados do TSE, o Estado de São Paulo segue sendo o maior colégio eleitoral do Brasil, com 31.998.432 eleitores (22,40%), seguido de Minas Gerais (15.248.681 ou 10,68% do eleitorado), Rio de Janeiro (12.141.145 ou 8,50%), Bahia (10.185.417 ou 7,13%) e Rio Grande do Sul (8.392.033 ou 5,88%).
Roraima é o Estado com menor número de eleitores, com 299.558, o que representa 0,21% do eleitorado do Brasil.
Biometria e voto em trânsito
Neste ano, 23,8 milhões de eleitores em 764 municípios vão votar com identificação biométrica. Os cadastrados no novo sistema correspondem a 16,70% do total do País. Desses eleitores, 21,6 milhões estão aptos para votar com o auxílio da biometria. Segundo o TSE, há eleitores com algum tipo de deficiência que pode impossibilitar a leitura das impressões digitais.
Neste ano o TSE vai ampliar a possibilidade de eleitores em trânsito possam votar para presidente. Para isso, devem habilitar-se até o próximo dia 21 de agosto informando o local onde pretendem votar. Além das capitais, o voto em trânsito estará disponível em cidades com mais de 200 mil eleitores.
Eleitorado no exterior cresce 76,75%
O número de brasileiros aptos a votar no exterior cresceu de 200.392 em 2010 para 354.184 em 2014, um crescimento de 76,75%. O número de eleitores em 118 países corresponde a 0,25% do total de cadastrados na Justiça Eleitoral.
O maior número de eleitores brasileiros fora do País está nos Estados Unidos, com 112.252 eleitores aptos, 31,69% do número de votantes no exterior.
Para o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, José Antonio Dias Toffoli, o crescimento pode ter ocorrido devido a uma divulgação maior da possibilidade de votar nas sedes das embaixadas.
“Penso que houve uma maior divulgação dessa possibilidade de voto no exterior e houve um aprimoramento com o Itamaraty para facilitar e ampliar o acesso de brasileiro no exterior a seus consulados”, disse.
Representações e Ficha Limpa
Segundo o ministro Dias Toffoli, o número de representações partidárias ao TSE foram baixas em relação a eleições presidenciais anteriores. Até ontem, o tribunal havia recebido 46, mas tende a aumentar com o início do horário eleitoral, em 19 de agosto.
Toffoli também prevê julgar todos processos envolvendo a lei da Ficha Limpa a tempo e avaliou que partidos apresentaram menos candidaturas de condenados. "O reflexo da aplicação da Ficha Limpa nas eleições municipais de 2012 mostra que os partidos evitaram ou fizeram um filtro maior no lançamento de candidatos", disse.