Em sabatina, Garcia diz que ‘guerra ideológica’ fez Bolsonaro reduzir repasses a São Paulo
Entrevistas são organizadas pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado
Candidato do PSDB ao governo de São Paulo nas eleições deste ano, Rodrigo Garcia foi entrevistado na sabatina do Estadão, em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), na manhã desta segunda-feira, 22.
O tucano afirmou que a ideologia é necessária no Parlamento, mas não deve se sobrepor às prioridades do Executivo. "No poder Executivo não dá para colocar ideologia na frente dos problemas que a gente vive. Eu não quero que essa guerra ideológica venha para São Paulo".
Segundo o governador, o duelo de ideologias levou o presidente Jair Bolsonaro (PL) a reduzir o volume de recursos repassados ao Estado, embora não tenha detalhado quais verbas tenham sido suspensas. O chefe do Executivo é adversário político do ex-governador de São Paulo João Doria, e ambos protagonizaram diversos embates nos últimos anos, sobretudo durante a pandemia. Se eleito, Garcia afirmou que o "diálogo deve prevalecer" entre ele e o próximo presidente, seja ele quem for. "Não dá para o Brasil viver mais quatro anos de desalinhamento entre os Poderes", disse.
Na última semana, via redes sociais, Garcia já havia contestado valores apresentados por Tarcísio de Freitas (Republicanos) - candidato de Bolsonaro ao governo paulista - sobre repasses federais a São Paulo.
Vejam nessa thread do Felipe Salto como a União suga São Paulo e não devolve quase nada. Essa é uma briga q eu vou comprar. O pacto federativo está ultrapassado. SP não pode ser burro de carga do Brasil. https://t.co/jNaOfCWjLF
— Rodrigo Garcia (@rodrigogarcia_) August 20, 2022
Garcia afirmou que participou de governos tucanos de São Paulo "seja como secretário, seja como presidente da Assembleia Legislativa", e que considera ter mérito no desenvolvimento do Estado por esse motivo. Ele rebateu críticas de adversários sobre supostamente se apropriar do legado de Geraldo Alckmin.
"Não dá para colocar ideologia na frente dos problemas. Estamos assistindo a uma guerra ideológica que não está ajudando o Brasil", diz Rodrigo Garcia na #SabatinaEstadaoFAAP pic.twitter.com/yvBfUKbHXZ
— Estadão ? (@Estadao) August 22, 2022
Garcia prometeu que a população pobre do Estado vai ser isenta do pagamento de impostos, sob a condição de os beneficiários estarem inscritos no CadÚnico. O governador afirmou também que pretende estudar a volta da gratuidade no transporte público para idosos entre 60 e 65 anos, mas somente para os que comprovarem baixa renda. O fim da gratuidade foi anunciado no governo de João Doria durante a pandemia. Garcia justificou que a ação foi necessária para preservar a responsabilidade fiscal do Estado diante do aumento de leitos de UTI.
Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Garcia assumiu o comando do Executivo paulista após o ex-governador João Doria deixar o posto para ser pré-candidato à Presidência. Oficialmente, pela orientação nacional do partido, Garcia apoia a candidata Simone Tebet (MDB) para o Planalto, mas também mantém interlocução com o União Brasil de Soraya Thronicke, pois a legenda faz parte de sua coligação.
Garcia, avaliou que, enquanto seus adversários estão "estacionados" nas pesquisas de intenção de voto, ele tem crescido paulatinamente. Com o começo da campanha eleitoral, avaliou, ele ainda tem mais chances de ultrapassar Haddad e Tarcísio, que lideram a corrida.
"Estou muito confiante, porque quanto mais pessoas me conhecem em São Paulo, quanto maior o número de eleitores que têm acesso à minha história de vida e às minhas ideias, eu tenho crescido nas pesquisas", afirmou.
"Muitas vezes os candidatos e jornalistas são ansiosos, a campanha está começando", acrescentou o tucano. "A eleição vai evidenciar a história, o preparado e o conhecimento de cada um".
Mande sua pergunta
A população poderá sugerir perguntas diretamente para o candidato. Para isso, basta publicá-la nas redes sociais com a #SabatinaEstadãoFAAP ou então mandar diretamente a sua questão para o email sabatinaestadaofaap@estadao.com. No caso do e-mail, será preciso informar o nome completo, profissão e idade. Dois jornalistas do Grupo Estado e um professor da FAAP farão as perguntas. A equipe da editoria de Política vai realizar a curadoria das questões propostas.
Calendário
A ordem das entrevistas foi definida em sorteio virtual acompanhado por representantes das campanhas. A série de encontros Estadão-FAAP vai ocorrer ao longo deste mês na sede da fundação, na capital paulista.
Já participaram Elvis Cezar (PDT) e Fernando Haddad (PT). Nesta terça-feira, 23, será entrevistado Vinicius Poit, do Novo. No dia 24, é a vez de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
As sabatinas serão realizadas no Auditório FAAP, com início às 10 horas. São quatro blocos, com intervalos de três minutos. Os eventos são transmitidos pelas plataformas digitais do Estadão e da FAAP, incluindo cobertura e transmissão também pela Rádio Eldorado. Os estudantes do LabJor FAAP, laboratório do curso de jornalismo, também farão a cobertura especial em suas redes.
* Com informações do Estadão Conteúdo