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Em uma semana, atentado a Bolsonaro movimenta e muda o tom da corrida eleitoral

Relembre os principais fatos dos sete dias desde a facada no candidato do PSL durante ato em Juiz de Fora

13 set 2018 - 11h02
(atualizado às 12h05)
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Uma corrida eleitoral que já era marcada por indefinições de cenários e incertezas ganhou, há uma semana, outro elemento para movimentar as campanhas das eleições 2018: o atentado contra Jair Bolsonaro (PSL), esfaqueado durante um ato em Juiz de Fora, Minas Gerais, na última quinta, 6.

Com perfurações no intestino delgado e no intestino grosso, o candidato passou por duas cirurgias desde o ataque, e segue internado em São Paulo. Por causa do período de recuperação, o presidenciável, conforme avaliações de médicos e de aliados, pode ficar fora dos atos nas ruas até em uma eventual disputa no segundo turno.

Relembre os principais fatos dos últimos sete dias, desde o ataque em Minas Gerais:

Bolsonaro é esfaqueado durante agenda de campanha em Juiz de Fora (MG)

Carregado nos ombros por simpatizantes, Bolsonaro participava de uma caminhada pelas ruas do centro de Juiz de Fora quando foi esfaqueado por Adelio Bispo de Oliveira. Em meio à multidão, Adelio sacou a faca e rapidamente atingiu o presidenciável. O momento foi filmado por apoiadores e as imagens rapidamente circularam pelas redes. O candidato precisou passar por uma cirurgia ainda em Minas e, na sexta, foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Adversários começam a rever estratégias após atentado

Uma resposta imediata ao atentado contra Bolsonaro foi a mudança no tom das campanhas adversárias na corrida eleitoral. Líder das pesquisas, o militar da reserva vinha sendo o principal alvo dos adversários. A escalada da ofensiva contra Bolsonaro foi freada. O ataque foi rapidamente rechaçado pelos concorrentes, que também amenizaram os ataques políticos ao candidato do PSL. As campanhas passaram a pregar contra a violência e os discursos de pacificação ganharam força.

Bolsonaro retoma campanha do leito do hospital

Horas depois de ser atacado, Bolsonaro voltou a se manifestar por meio das redes sociais. O candidato publicou mensagens sobre seu estado de saúde e apareceu em vídeos filmados por aliados. Em um deles, publicado pelo senador Magno Malta (PR-ES), ele pergunta "Será que o ser humano é tão mau assim? Eu nunca fiz mal a ninguém". Filhos de Bolsonaro também passaram a publicar informações sobre a saúde do deputado nas redes. Dois dias após o atentado, o candidato apareceu em uma foto em que aparece fazendo o gesto que simula armas com as mãos; a imagem dividiu opiniões.

Jair Bolsonaro no Hospital Albert Einstein. 
Jair Bolsonaro no Hospital Albert Einstein.
Foto: Flavio Bolsonaro/Twitter / Estadão

Sem Bolsonaro, debate mostra campanhas em tom ameno

No sábado, 8, o primeiro debate televisivo sem Bolsonaro, promovido em parceria pela TV Gazeta/Estadão/Jovem Pan e Twitter, mostrou campanhas em tom de conciliação. Foram poucos ataques e muitos discursos em defesa da pacificação. Em São Paulo, Rio e Brasília, foram registrados atos em apoio ao candidato do PSL.

Ibope mostra Bolsonaro em alta e adversários retomam tom crítico

Adversários de Bolsonaro, porém, voltaram a criticar suas ideias e propostas no início desta semana. Entre os discursos, críticas em relação à defesa das armas, uma das principais bandeiras do candidato do PSL. "Bolsonaro foi ferido na barriga, mas não mudou nada na cabeça", disse Ciro Gomes (PDT). "Marina Silva (Rede) lembrou que Bolsonaro é contra o Estatuto do Desarmamento. "Deus o livre aquela pessoa tivesse uma arma de fogo, o que poderia ter acontecido". Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos) usaram frases similares na TV para comentar o atentado: "Nem faca, nem bala".

Nos dias 10 e 11, pesquisas eleitorais mostraram Bolsonaro em alta nas intenções de voto. O candidato subiu quatro pontos percentuais no primeiro levantamento feito após o atentado. Na pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, divulgada no dia 11, ele aparece com 26%. Ciro (11%), Marina (9%), Alckmin (9%) e Fernando Haddad (PT, 8%), aparecem embolados em segundo lugar.

Bolsonaro passa por mais uma cirurgia e campanha fica ameaçada

Na quarta, 12, um susto para os apoiadores de Bolsonaro. Ele precisou passar por uma cirurgia de emergência. A nova operação foi feita por causa de um inchaço na região abdominal. O boletim médico informou que Bolsonaro sentiu náuseas durante o dia. O procedimento foi bem sucedido, mas o candidato precisou voltar para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), um dia depois de ter alta. Ele passa bem após o novo procedimento. De acordo com o filho Carlos Bolsonaro, um "noite delicada, mas 100% contornada". A operação vai estender o tempo de internação do candidato. Em novo boletim divulgado nesta quinta-feira, 13, o hospital informou que o candidato do PSL "evoluiu bem" após a cirurgia de emergência e voltou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De acordo com o boletim médico, "a limpeza abdominal foi realizada como feito rotineiramente".

Estadão
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