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Entenda as diferenças entre as pesquisas eleitorais

Veja quais as limitações e vantagens de cada um dos métodos

20 ago 2018 - 18h12
(atualizado às 18h27)
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Do e-mail corporativo ao grupo de família do WhatsApp, as pesquisas de intenção de voto se proliferam com rapidez cada vez maior diante do avanço da corrida eleitoral. Com base em critérios de metodologia, o Estadão/Broadcast Político opta por divulgar levantamentos realizados presencialmente, em vez das sondagens por telefone.

Entenda abaixo as diferenças entre os tipos pesquisas e quais as limitações e vantagens de cada um dos métodos:

Foto: Razões para acreditar

Amostra

Institutos como o Ibope e o Datafolha realizam levantamentos face a face. Já o DataPoder360 e o Ipespe, por exemplo, fazem estudos via telefone. Para a CEO do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, a pesquisa presencial é a única que inclui todas as estratificações de eleitores. "Entre 10% e 11% do eleitorado não possui celular. Supondo que essas pessoas sejam da classe mais baixa, o resultado que vem de uma pesquisa telefônica pode vir a mostrar uma tendência de voto diferente", explica.

A solução nesse caso, defendem analistas, seria ampliar o número de número de pessoas ouvidas via telefone. Mas, com isso, esse tipo pesquisa pode perder um de seus principais atrativos: o custo.

"Por teoria estatística, quanto maior a amostra, menor o erro. Mas isso implica em um custo adicional. É possível remediar estas questões, mas a demanda é por um investimento maior", diz o professor de finanças do Ibmec/SP Hilton Notini.

No entanto, institutos que realizam levantamentos via telefone alegam que conseguem ter acesso a áreas de risco ou de acesso restrito, como favelas e condomínios, cujo entrevistador presencial pode ter dificuldade de adentrar. "Nesses casos, nós buscamos mecanismos para conseguir entrar. Em condomínios, podemos enviar uma carta ao síndico. Em comunidades, fazemos contato com presidentes de associações ou ficamos na região, em uma área segura, e abordamos as pessoas", observa Márcia Cavallari.

Escolha

A ordem como aparece os candidatos também tende a influenciar na escolha do entrevistado. Para minimizar este risco, os institutos que fazem pesquisas presenciais costumam apresentar ao entrevistado um disco com todos os candidatos. Já pelo telefone costuma ser utilizado o sistema de Unidade de Resposta Audível (URA), no qual um atendente eletrônico diz em gravação a opção numérica correspondente ao candidato.

Mas, em uma campanha eleitoral com 13 postulantes ao Planalto, a limitação do teclado numérico (de 0 a 9) pode ser um empecilho para a isonomia do levantamento. Uma das saídas para diminuir esta espécie de ruído estatístico é diminuir o cenário de opções para a intenção de voto. Na mais recente pesquisa, por exemplo, o DataPoder360 testou o nome de seis candidatos.

Confortabilidade

Os especialistas avaliam que uma das vantagens do método telefônico é poder deixar o eleitor mais à vontade com a opção que ele queira, especialmente em um ambiente tão polarizado quanto o do Brasil de 2018. "O voto envergonhado, enrustido, pode surgir neste momento", diz professora de análise estatística da Universidade Presbiteriana Mackenzie Raquel Cymrot.

Márcia Cavallari explica que para deixar o eleitor mais confortável com a opção dele, o entrevistador do Ibope preenche o questionário e depois deixa que o entrevistado preencha as opções no tablet.

Histórico

Hilton Notini, do Ibmec, pondera que mesmo havendo uma série de opções de modelos de pesquisa, é difícil inviabilizar um método. "O que é necessário um tratamento pós-pesquisa muito grande, dado o risco. Mas nós ainda não temos uma longa amostra das pesquisas via telefone. Já as presenciais, como Ibope e Datafolha, tem bom nível de acerto", afirma.

Raquel Cymrot, do Mackenzie, diz que é necessário cobrar dos institutos que fazem pesquisas pelo método não-presencial a garantia da diminuição dos erros. "Pela própria matemática, todo instituto tem direito de errar. Mas um instituto vende credibilidade", afirma.

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Estadão
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