"Ficam tentando desestabilizar Marina”, diz Marcos Palmeira
Em entrevista ao Terra, o ator, que é um dos principais entusiastas da campanha da candidata do PSB à Presidência, disse que é necessário ouvir da "boca da candidata" o que ela pensa
Um dos principais entusiastas da campanha da candidata Marina Silva (PSB) à Presidência, o ator Marcos Palmeira acredita que os eleitores precisam parar para ouvir mais o que pensa a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente. Responsável por organizar o encontro de Marina com a classe artística na noite desta quarta-feira, no Rio de Janeiro, ele minimiza as polêmicas envolvendo a concorrente, como a postura conservadora em relação à união homossexual. Nessa entrevista ao Terra, antes do encontro, Palmeira defendeu que há assuntos mais “profundos” a serem levantadas pelos candidatos.
Terra – Qual a expectativa para a adesão dos artistas, já que o encontro no Rio de Janeiro não é exatamente um evento para formalizar apoio e sim um ato para que ela ouça a classe artística?
Marcos Palmeira – Acho que é isso, a Marina quer ouvir para depois falar. É importante as pessoas terem contato direto com ela, ouvir dela o que ela tem pra falar e não ouvir dos outros o que falam dela. Essa campanha está muito pautada em dizer que: “ah, Marina disse isso, Marina disse aquilo”. É um encontro aberto, informal, um bate papo com ela. A ideia não é que todos os presentes estão comprometidos com a campanha. Importante é que saiam daqui refletindo e tenham mais subsídios para a sua opção política.
Terra – Esse apoio da Dilma Rousseff da classe artística, que não foi tão grande quanto em 2010, mas que é bem amplo, preocupa?
Marcos Palmeira – Não tem nenhuma preocupação em relação a isso. Tem um grande número de artistas apoiando vários candidatos. O Aécio (Neves) tem artistas com ele, a Marina tem artistas com ela. Numa democracia as pessoas são livres, não tem isso. O fato de eu apoiar a Marina não quer dizer que eu seja contra, sei lá, o Paulo Betti, que apoia a Dilma. Pelo contrário, somos parceiros, colegas. Esse é o espírito. Esse momento é pra isso: vamos baixar a bola, vamos ouvir. Eu ainda não vi o projeto dos outros. O da Marina eu conheço. Estou fechado com a Marina, totalmente, desde 2010.
Terra – Existem muitas polêmicas em torno do que a Marina pensa. Você acredita que, com os dez minutos de TV que a candidata terá se for para o segundo turno, podem ajudá-la a esclarecer esses pontos?
Marcos Palmeira –
Com certeza. Ela vai ser mais individual, ela vai poder se expressar mais, as pessoas vão poder ouvir o que ela pensa, o que tem a dizer. É engraçado, né? Uma candidata que defende a Constituição ser tão criticada. Ela só defende a Carta mais importante que nos rege. Esse segundo turno, e esperamos estar lá, vai ser muito bom.
Terra – Qual sua opinião sobre a polêmica em torno da posição conservadoras da Marina sobre a união homossexual, por exemplo?
Marcos Palmeira –
As pessoas têm que ouvir (sobre isso) da boca da Marina. Você já ouviu ela falando contra? É o contrário (do que dizem): o programa dela é o mais avançado em relação a isso, o mais completo. É que agora lançaram essa polêmica e os outros começaram a se manifestar. A Marina fica sendo acusada porque é religiosa... Em 16 anos de Senado, alguma vez ela falou de religião e se despediu dos outros assim: “Deus esteja com vocês no caminho do Senhor?” Nunca.... É outra questão, é uma questão pessoal. Ela fala muito bem da união entre os homossexuais. Ela tem amigos gays. Isso é meio ridículo até. A gente tem questões muito mais complexas no Brasil para ser analisadas do que essa. Mas acaba que é interessante, porque ficam nas pequenas coisas, tentando desestabilizar enquanto ela tem coisas tão mais profundas para expressar.