'Fui vítima do orçamento secreto', diz Tebet durante ato pró-Lula
Evento ocorreu neste domingo, 16, na zona sul do Rio de Janeiro
A senadora e ex-candidata à Presidência Simone Tebet (MDB) participou na manhã deste domingo, 16, de um ato pró-Lula na orla do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro. Durante o evento, Tebet disse que foi "vítima do orçamento secreto" e que esse tipo de prática está institucionalizada no Congresso brasileiro.
"Eu não tenho dúvida que o esquema de corrupção está institucionalizado. Eu fui vítima do orçamento secreto. Eu sei exatamente como ele foi criado, por quem ele foi criado e para quem ele foi criado. O Governo Federal está envolvido, é o artífice de todo esse esquema lamentável", declarou.
Ela também classificou como "criminosas" as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre as meninas venezuelanas menores de idade e que estavam em suposta situação de prostituição.
"Veja, o presidente Bolsonaro quando sair da cadeira, ele vai ter que responder na Justiça. Ele não deu voz de prisão, não chamou as autoridades para que pudessem intervir. Se ele estava diante de uma situação que é considerada crime pelo Código Penal e não denunciou, ele foi omisso e não respondeu por isso", disparou.
Os jornalistas ainda perguntaram sobre os motivos que levaram a senadora a declarar apoio a Lula (PT).
"Não há escolha a fazer a não ser o caminho da democracia. Sem democracia, essa caminhada não poderia existir. Ela é o verdadeiro guarda-chuva a abrigar todos os nossos direitos. Podemos ter as nossas diferenças, mas ela é infinitamente menor a tudo aqui que nos une. É por isso que estou aqui, muito feliz. E, se puder, estarei até o dia 30 para podermos acabar de vez com esse retrocesso que é hoje o bolsonarismo no Brasil", justificou.
Além de Tebet, estiveram presentes no evento o senador Randolfe Rodrigues (Rede), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), o deputado federal Alessandro Molon (PSB), entre outros políticos.
Bolsonaro crítica Orçamento Secreto
Nos últimos dias, Bolsonaro criticou a prática do Orçamento Secreto no Congresso.
"Nós não temos acesso do nome dos parlamentares que destinam recursos pelo Brasil. Chega no respectivo ministério para o programa tal e eles executam e ponto final. Se dá um problema na ponta da linha, como de hoje... tão botando na minha conta. Eu quero saber qual parlamentar que mandou recurso para lá. Quem tem que dizer isso? É o relator do Orçamento", declarou Bolsonaro em evento com mulheres em Minas Gerais transmitido via redes sociais.
As declarações do presidente ocorreram após a Polícia Federal cumprir dois mandados de prisão no Maranhão em investigação relacionada a repasses federais decorrentes de emendas parlamentares.
No mesmo evento, Bolsonaro disse que tentou vetar a prática em 2020, mas foi derrotado pelo parlamento. "Derrubou o veto, eu não posso fazer mais nada, é lei, ponto final."