"Gestão negacionista" e "base dedicada": veja o que jornais do exterior falaram das eleições no Brasil
2º turno entre os candidatos à Presidência, Lula (PT) e Bolsonaro (PL) é destaque em diversos jornais do mundo
As eleições brasileiras têm repercutido na mídia internacional. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) ganharam destaque nas manchetes de jornais como The New York Times, Le Monde, El País e The Guardian neste domingo, 2.
A maioria das matérias seguiu com manchetes em tom neutro, informando sobre a continuidade das eleições no segundo turno, que será no próximo dia 30. Porém, ao decorrer dos textos, pontos polêmicos são levantados pelos jornais - como pandemia, negacionismo e o futuro da Amazônia.
O New York Times, em uma página de transmissão ao vivo com informações em torno da eleição brasileira, um texto ressaltava que, de acordo com as pesquisas eleitorais, Jair Bolsonaro até poderia perder no primeiro turno. Para eles, é a decisão do 'líder da maior democracia da América Latina’.
“Em vez disso, era Bolsonaro que estava comemorando. Enquanto o desafiante, Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente de esquerda, terminou a noite à frente, Bolsonaro superou em muito as previsões e levou a corrida ao segundo turno”, pontua o jornal norte-americano.
Após informar sobre os resultados, o diário francês Le Monde também dedicou um espaço para falar sobre a “base dedicada” de defensores de valores conservadores que Bolsonaro construiu.
“O governo de Bolsonaro foi marcado por um discurso incendiário, seu teste de instituições democráticas, seu manejo amplamente criticado da pandemia de COVID-19 e o pior desmatamento na floresta amazônica em 15 anos. Mas ele construiu uma base dedicada defendendo valores conservadores, rejeitando o politicamente correto e apresentando-se como protegendo a nação das políticas esquerdistas que, segundo ele, infringem as liberdades pessoais e produzem turbulência econômica”, descreveu a reportagem, em meio a críticas e análises de especialistas.
Já o espanhol El País, que caracteriza Bolsonaro como "ultradireitista" e Lula como "esquerdista", analisa que o petista disputará o segundo turno 'reforçado'. Para o veículo, essas foram as eleições "mais decisivas e disputadas das últimas décadas" no Brasil.
Citando casos de assassinatos de apoiadores de Lula "pelas mãos de bolsonaristas", a matéria sobre as eleições do Brasil do El País também fala sobre os últimos anos marcados por uma "gestão negacionista da pandemia e pelo atraso na compra das vacinas".