GO: com larga vantagem, Perillo pede pé no chão a militantes
Iris Rezende ressaltou que a maioria do eleitorado goiano votou por mudanças
Os dois candidatos ao governo que vão disputar o segundo turno em Goiás, Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB), deram início as suas campanhas em eventos com a militância das coligações em eventos em Goiânia. Em situações diferentes na preferência do eleitorado, cada um deu declarações opostas para a população do Estado. Enquanto o tucano, favorito, pediu pé no chão aos seus militantes, o peemedebista afirmou que a maioria dos goianos votour para mudar. Os dois protagonizam este ano o terceiro embate em disputas estaduais.
Candidato à reeleição, o governador tucano Marconi Perillo reuniu prefeitos, deputados e demais lideranças da base aliada do governo no seu Comitê Central. No discurso, o governador, que teve 45,86% dos votos válidos no primeiro turno, contra 28,40% de Iris, pediu empenho máximo dos aliados para vencer a eleição também no segundo turno. “Eu quero fazer um apelo a vocês: salto baixo, pé no chão, humildade e trabalho. Vamos suar a camisa, gente.Vamos dar o sangue”, disse para os aliados que lotavam o pátio.
Para o governador, a vitória no primeiro turno não veio em grande parte por causa da abstenção de eleitores em cidades estratégicas para a campanha. O tucano quer reverter a situação neste segundo turno. ”Nas cidades onde nós tivemos as votações menores, que foram Goiânia, onde eu fiquei em segundo, Aparecida, Senador Canedo e Anápolis, onde eu também fiquei em segundo, abstenção, brancos e nulos somaram 20%”, apontou, citando os grandes colégios eleitorais do estado, na Região Metropolitana de Goiânia.
“Em regiões onde nós ganhamos, como o entorno do DF, Sul, Norte e Sudeste, a abstenção, branco e nulo, foi de 40%. Votos que seriam nossos deixaram de votar. Se não fosse isso nós teríamos tido mais 3%”, concluiu, estimulando a militância a buscar estes eleitores que não definiram voto no primeiro turno.
Durante o evento o governador recebeu muitas adesões de lideranças de partidos que estão na oposição, como o vereador Felizberto Tavares do PT de Goiânia. Punido pelo PT por votar contra o projeto que muda a cobrança do IPTU na Câmara, Felizberto disse que agora é simpático ao governador Marconi. “Por ouvir a vontade do povo, fui suspenso.Tenho simpatia por vossa excelência”, declarou.
O PT teve candidato no pleito, o ex-prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, que terminou o primeiro turno em quarto lugar, com cerca de 10% dos votos, e já declarou na terça-feira apoio a Iris Rezende.
Também declarou apoio ao governador o ex-candidato ao governo do PSDC ao governo Alexandre Magalhães, e políticos do PSB, PTB, PSC, inclusive prefeitos e vice-prefeitos. Na quarta-feira, Marconi recebeu o apoio de José Batista Júnior, o Júnior do Friboi, que é do PMDB, partido pelo qual chegou a ser o pré-candidato ao governo.
Já o evento inaugural da campanha de segundo turno de Iris Rezende (PMDB), no Parque de Exposições Agropecuárias de Goiânia, também reuniu a militância, deputados, prefeitos e lideranças da sua coligação, além do senador eleito na chapa, Ronaldo Caiado (DEM). No discurso, Iris Rezende voltou a criticar o governo de Marconi Perillo.
”Há pouco tempo o jornal O Popular (diário da capital) colocou na primeira página levantamento feito que mostra que o atual governador só cumpriu 12% das suas promessas de campanha. Isso quer dizer que nós vivemos o governo da enganação”, disse Iris, que na campanha de primeiro turno criticou, dentre outros tópicos, os gastos com publicidade do governo estadual.
No discurso, o candidato lembrou também que a oposição teve, somados os votos, mais de 50% da preferência do eleitor goiano, indicando que ela tem chance real de ganhar o pleito deste ano. “Quero que todos se agigantem nestes 18 dias que nos separam das eleições Nós não os estamos convocando para uma aventura não: 55% da população de Goiás demonstrou através dos candidatos que não eram ligados ao atual governo, que não estão satisfeitos com isso que está aí", apontou.
Iris já recebeu, como já citado, o apoio do ex-candidato do PT, Antônio Gomide, que não compareceu ao evento de quarta-feira, porque tinha outra agenda em Brasília. Representantes do PT, no entanto, estiveram presentes, como o presidente do PT metropolitano, o deputado Luis Cesar Bueno. O petista acredita que o contingente de votos de Gomide vão migrar para Iris e também aposta nas obras do governo federal como vitrine para atrair o eleitor.
“O PT vai mobilizar a sua militância, mobilizar os seus parlamentares eleitos, aqueles que disputaram as eleições e deram uma grande contribuição para o partido, e trazer todo o balanço positivo que a presidente Dilma fez no Estado”, disse.
Iriz Rezende e aliados, porém, ainda aguardam a decisão do ex-candidato do PSB, Vanderlan Cardoso, que ficou em terceiro lugar, com cerca de 14,9% dos votos. Vanderlan já declarou que, pessoalmente, gostaria de ficar neutro, mas que vai ainda discutir as possibilidades com seu grupo político. O senador eleito na chapa de Iris, Ronaldo Caiado (DEM), disse, em discurso, que está empenhado a ampliar o número de aliados para o segundo turno.
“Eu não vou parar até que nós consigamos também trazer o Vanderlan para cima do palanque. Nesta hora o Iris Rezende representa o sentimento de 54% dos eleitores, da maioria do estado de Goiás”, afirmou. O DEM, que é comandado por Caiado em Goiás, esteve com o governador Marconi Perillo na eleição anterior. Caiado, na época, ficou neutro.
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