GO: vice-candidato renuncia e pode tirar PT da eleição
Em mais um capítulo de uma “novela” cujo resultado final pode levar o candidato ao governado de Goiás pelo PT, Antônio Gomide, a sair do páreo eleitoral, seu candidato a vice, o vereador Tayrone Di Martino, também do PT, protocolou no final da tarde desta quarta-feira, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), sua renúncia oficial da disputa. Na terça-feira o vereador anunciou que renunciaria à tarde, mas desistiu à noite, depois de reunião com a Executiva estadual do PT, quando teria garantido que não protocolaria a renúncia.
A nova mudança de planos de Tayrone pode inviabilizar a candidatura de Antônio Gomide, já que há entendimentos jurídicos que consideram vedada a substituição de seu nome na chapa. A lei eleitoral consideraria possível substituir o candidato somente até 20 dias antes da eleição, exceto em caso de morte. Desta forma, Gomide não poderia concorrer sem vice. No entanto, caso esse seja o entendimento do TRE, o PT - que ainda não comentou a renúncia do vereador - deve tentar recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para poder fazer a substituição.
No documento de renúncia entregue ao TRE, Tayrone anexou uma carta, já lida por ele para a imprensa goiana na tarde de terça-feira, justificando a desistência pela contrariedade com a punição dada a ele pelo PT, com suspensão de 30 dias, após votar contra a orientação da bancada no projeto que modifica as alíquotas do IPTU e do ITU do município de Goiânia, enviado à Câmara pelo prefeito Paulo Garcia (PT), e aprovado as pressas no último final de semana.
O vereador considerou a suspensão injusta, já que votou com sua consciência ao considerar que o projeto vai elevar os impostos. Ele diz ter sofrido ainda outras retaliações. “É público que comecei a sofrer retaliações dentro do PT, dentro do grupo político que faço parte e também dentro da administração municipal de Goiânia”, afirmou, se referendo à exoneração de cargos de sua indicação na Prefeitura de Goiânia. “Sinto que, suspenso dentro do próprio PT, por coerência, não posso fazer parte da chapa que disputa o Governo de Goiás. Minha desistência é uma resposta pública à perseguição e retaliações que tenho sofrido pela prefeitura e pelo partido”, anunciou Tayrone.
TCM
O inferno astral do candidato Antônio Gomide, no entanto, não termina com a desistência do vice. Nesta quarta-feira, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) rejeitou recurso impetrado por ele contra a rejeição das contas da prefeitura de Anápolis (a 50 Km de Goiânia) em 2010, quando ele era prefeito da cidade. A decisão também coloca a candidatura do petista sob ameaça, já que o TRE pode aplicar contra o ex-prefeito de Anápolis as proibições determinadas pela Lei da Ficha Limpa.