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Governador do PT deve apoiar candidato do Avante em Salvador

Concorrente petista não decola e Rui Costa não consegue reduzir para três o número de candidaturas de aliados

5 set 2020 - 16h34
(atualizado às 16h42)
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SALVADOR - No xadrez da corrida eleitoral para a Prefeitura de Salvador, o governador Rui Costa (PT) movimenta suas peças para que um dos quatro candidatos de sua base tenha força suficiente para conseguir levar a disputa para um eventual segundo turno contra Bruno Reis (DEM), vice de ACM Neto (DEM). Reis entra no jogo com uma coligação de 14 partidos - incluindo o PDT de Ciro Gomes, que faz parte da base de parlamentar de Costa - e herda apoio popular da bem avaliada administração do gestor, que encerra seu segundo mandato.

Rui Costa foi reeleito governador da Bahia.
Rui Costa foi reeleito governador da Bahia.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Divulgação / Estadão Conteúdo

Com 1.897.098 milhão de eleitores (TSE) a capital é estratégica para 2022, quando Rui buscará eleger seu sucessor e Neto deve concorrer ao governo. O fato de o PDT estar na coligação municipal é visto como um indício de que ACM Neto poderá apoiar uma eventual candidatura de Ciro à Presidência.

Petistas e aliados acreditam que a pulverização de candidaturas deve ser suficiente para provocar o segundo turno contra Reis, com o nome que conseguir chegar lá. Até agora, de acordo com as pesquisas locais, o candidato com mais chances é Pastor Sargento Isidório (Avante). O PT, que nunca venceu eleição em Salvador, embora governe o estado desde 2007, vê a major Denice (PT), ex-gestora da ronda Maria da Penha, não decolar em pesquisas.

A ideia do governador era afunilar em três as seis pré-candidaturas de sua base, pois acredita que isso fortaleceria sua estratégia de fazer o sucessor de ACM. Mas a deputada federal Lídice da Mata, cotada para assumir a vice na chapa de Denice, deve ser candidata por imposição da Executiva nacional do PSB. Lídice é aliada histórica do PT. A aposta interna no partido era a de que ela, como ex-prefeita da capital, poderia turbinar a candidatura de Denice, que ainda é pouco conhecida.

Além delas e de Isidório, coligado ao PSD, a base ainda tem a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), aliada ao PP. O pré-candidato João Carlos Bacelar (Podemos), com a Rede e o PTC, mantém sua pré-candidatura para a convenção marcada para o dia 16. Ele, no entanto, ainda pode se retirar da disputa e apoiar Denice, segundo dizem aliados do governador.

Suadeira. Diante desse quadro, Rui ensaia dar apoio claro ao Pastor Sargento Isidório. A posição de segundo lugar nas pesquisas fez do polêmico candidato, até então dado por "doido" no mundo político, uma aposta para alavancar o segundo turno. Ele tem como aliado o PSD, mais ao centro, com uma vice mulher, Eleusa Coronel, mulher do senador Ângelo Coronel.

"Ele (Isidório) tem um peso extraordinário. Eu diria que o segundo turno passa pela votação dele e, eventualmente, seja Lídice, seja Denice, quem queira se colocar, quem quiser ir para o segundo turno, vai ter que ultrapassar a marca dele nas pesquisas. E eu acho que esse é o esforço. Considero possível, mas vai ter que dar uma suadeira para passá-lo", disse Rui na sexta-feira, durante anúncio da chapa Avante-PSD, cuja convenção ocorrerá na segunda-feira, 7.

Isidório foi o deputado federal mais votado em 2018, 323.264 mil votos. Somente em Salvador, foram 169.807 mil. Polêmico por declarações ao longo da vida pública, como quando se disse "ex-gay", atinge um eleitorado evangélico de base mais pobre e até progressistas, graças ao seu projeto social Fundação Dr. Jesus, que atende drogados. Rui até já autorizou o uso de sua imagem na campanha.

Estadão
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