"Há divergências, mas as convergências são maiores", dizem Bolsonaro e Moro
Ex-ministro que deixou o governo após rompimento esteve orientando presidente durante debate presidencial
Entre os bastidores que mais chamaram atenção no debate presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) da Band, que aconteceu neste domingo, 16, em São Paulo, está a presença de Sergio Moro (União Brasil), que já foi ministro de Bolsonaro, mas deixou o cargo após rompimento em meio a acusações de interferência na Polícia Federal pelo chefe do Executivo.
"Você nunca brigou em casa com o marido de vez em quando, uma briguinha?", questionou Bolsonaro ao ser perguntado por uma jornalista a respeito de uma nova aliança com Moro. "Acontece a divergência, tivemos algumas, mas as nossas convergências são muito maiores. Estamos aqui em um projeto de Brasil", afirmou após deixar o debate.
Sergio Moro esteve dentro do estúdio, onde o encontro aconteceu, e fez parte da equipe que orientou o presidente, que também contou com Carlos Bolsonaro e Fábio Faria.
Ao lado de Moro, Bolsonaro elogiou o ex-juiz da Lava Jato, mencionando um "profundo conhecimento sobre corrupção" de seu ex-ministro, e passou a palavra para o senador eleito. "No primeiro turno nós tínhamos o nosso candidato do União Brasil [Soraya Thronicke, que eu defendi, mas no segundo turno eu me coloco claramente: sou contra Lula e seu projeto de poder".
Moro disse que Lula e o PT querem "voltar à cena do crime", o que ele considera inaceitável. "Eu preciso chegar na minha casa e poder olhar pro meu filho e dizer que o crime não compensa. E não consigo nessas circunstâncias", afirmou.
"Tenho sim minhas divergências com o presidente Bolsonaro, mas as convergências são muito maiores, em especial ao fato de que se nós permitirmos que o PT volte ao poder, eu acho que o Brasil caminha pra um desastre não só econômico, mas moral".
Questionado, Moro negou que irá voltar a integrar o governo Bolsonaro no caso de reeleição. "O meu plano é representar a população paranaense no senado. Não tenho intenção de integrar o poder Executivo, não fui convidado e nem me convidei para isso. Eu vou estar no Senado como senador forte e independente", concluiu.