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Bolsonaro cresce graças a fake news "vulgares", diz Haddad

3 out 2018 - 13h25
(atualizado às 13h43)
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Foto: Gabriela Biló / Estadão

O candidato do PT ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira que a disseminação de fake news "vulgares" com acusações contra ele explicam o crescimento do apoio ao presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, e desconfia que simpatizantes do rival sejam responsáveis por essas ações.

Em entrevista coletiva em São Paulo, o petista anunciou que sua campanha colocou à disposição dos eleitores um número de telefone para que denunciem essas notícias falsas, que classificou de "vulgares", com a utilização de imagens de mulheres nuas e de crianças sendo abusadas.

"Nós acreditamos que essas mensagens no WhatsApp estão fazendo alguma pequena diferença. Nós estamos falando de milhões de mensagens que estão sendo disparadas de mulheres nuas, crianças sendo abusadas, coisas gritantes mesmo", disse Haddad.

A ideia é, a partir das denúncias, buscar as pessoas que iniciaram a dissemição dessas fake news.

"Nós colocamos um telefone à disposição, porque a quantidade de mensagem de WhatsApp que nós estamos recebendo denunciando nossos adversários, sobretudo um --parece que a campanha do Bolsonaro-- está agindo muito fortemente em fake news, contra a minha família, contra a minha atuação como ministro, é muito grande. Inclusive muito vulgar, com acusações muito vulgares, com imagens vulgares", disse.

"Isso tem crescido muito nos últimos dias, sobretudo direcionado ao público evangélico, que nós sabemos que cultiva valores que nós também cultivamos", acrescentou.

Haddad disse não ter provas de que Bolsonaro esteja por trás da divulgação desses ataques nem que os apoiadores dele estejam realizando esta atividade, mas afirmou que desconfia de apoiadores do candidato do PSL.

"Nós desconfiamos do Bolsonaro pelo conteúdo", disse. "Eu não posso acusar, mas posso desconfiar pela natureza. É muito compatível com o discurso dele, uma aderência muito grande em relação ao que ele fala", afirmou.

O petista também negou que tenha iniciado agora ataques a Bolsonaro por conta do crescimento do rival nas pesquisas de intenção de voto e de sua própria estagnação nesses levantamentos.

Haddad disse que tem mantido um tom propositivo na campanha, mas que agora chegou o momento de se defender dos ataques feitos pelo candidato do PSL, que lidera a corrida presidencial.

Pesquisa Datafolha na véspera mostrou Bolsonaro passando a 32 por cento das intenções de voto, ante 28 por cento no levantamento divulgado sexta-feira, enquanto Haddad oscilou negativamente 1 ponto, para 21 por cento.

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