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Haddad rejeita abrir mão de candidatura ao governo de SP

Em entrevista, ex-prefeito de São Paulo afirma que uma eventual aliança entre PT e PSB não impacta sua candidatura

19 dez 2021 - 16h01
(atualizado às 16h35)
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O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que uma possível aliança entre PT e PSB para a chapa presidencial não inviabilizaria sua candidatura ao governo do Estado, nem a de Márcio França (PSB). "Eu e o Márcio podemos apoiar Lula para presidente e disputar o governo civilizadamente", disse, em entrevista ao jornal Nova Manhã da Rádio NovaBrasil FM nesta sexta-feira, 17.    

Haddad não entrou em detalhes sobre a composição da chapa, que pode unir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin, que acaba de deixar o PSDB e avalia se filiar ao PSB justamente para entrar na corrida como vice do petista. O ex-prefeito de São Paulo tampouco comentou o fato de que tal composição, segundo França, seria impossível sem que o petista abandonasse a corrida estadual.

Fernando Haddad após discursar em manifestação contra Jair Bolsonaro
Fernando Haddad após discursar em manifestação contra Jair Bolsonaro
Foto: YURI MURAKAMI/FOTOARENA / Estadão

Ex-vice-governador e principal aliado de Alckmin no PSB, Márcio França já condicionou a filiação do ex-tucano ao partido para dar andamento ao "projeto vice" de Lula à desistência de Haddad.

Em publicação em suas mídias sociais esta semana o ex-prefeito já havia negado a informação de que seria candidato ao Senado para abrir espaço a França e apoiá-lo na disputa pelo governo paulista.

Durante a entrevista, Haddad afirmou que João Doria (PSDB) "esgotou" o modelo de gestão tucana em São Paulo. "Eu acho que esse último governo Doria esgotou esse modelo. você não tem mais entusiasmo no governo de São Paulo. As pessoas estão pedindo uma mudança".

Questionado sobre as políticas de privatizações do governo Doria, Haddad afirmou ser contra a venda da Sabesp, por exemplo. "Não tem nenhuma necessidade de vender a Sabesp. É uma empresa sólida que tem toda condição de captar recursos, expandir a rede de esgoto e de coleta e abastecimento", disse. "O meu medo é que no modelo do Doria vai acabar acontecendo o mesmo que aconteceu com energia elétrica e telefonia. Não era um assunto tão importante e, hoje, é o que pesa no bolso do trabalhador. Ninguém consegue pagar a conta de energia elétrica. Toda hora, você está mudando o pacote de telefonia", afirmou.

Apesar de não tratar especificamente da chapa Lula-Alckmin, Haddad não perdeu a oportunidade de citar a desfiliação do ex-governador do PSDB para atacar João Doria e sentenciar que o partido "está morrendo". "Acho que o Alckmin está saindo do PSDB porque o PSDB foi desfigurado pelo Doria", afirmou. "Para um observador externo, vejo uma desfiguração quando você vê um partido que nasceu de um jeito e está morrendo de outro."

Estadão
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