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Janja cria incômodos na campanha de Lula, diz jornal

Interferências, superexposição e espontaneidade da socióloga seriam alguns dos motivos

20 ago 2022 - 11h12
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A socióloga Rosângela da Silva, a Janja, casada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas intenções de voto para o cargo de chefe do Executivo, tem provocado incômodo entre aliados do presidenciável, segundo publicou neste sábado, 20, o jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com o jornal, interferências e a superexposição da esposa do presidenciável são alguns dos fatores. Janja procura participar de todas as reuniões da cúpula da candidatura petista e de encontros reservados de Lula com interlocutores considerados chave.

Lula e sua esposa, Janja, durante evento em Diadema
Lula e sua esposa, Janja, durante evento em Diadema
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Ela esteve inclusive em encontros que antecederam a escolha do publicitário da campanha e opina sempre que acredita ser necessário, detalha o jornal.

Segundo petistas ouvidos pela Folha, Janja costuma falar o que pensa, mas não impõe a própria visão. Suas intervenções geram críticas de uma ala da campanha, que reclama de ela ser "invasiva".

Um dos exemplos de sua espontaneidade de Janja, segundo informa a publicação, foi após a primeira-dama Michelle Bolsonaro divulgar um vídeo em que Lula assistia a uma cerimônia de umbanda. No mesmo dia, a socióloga foi às redes sociais em defesa de Lula.

"Eu aprendi que Deus é sinônimo de amor, compaixão e, sobretudo, de paz e de respeito. Não importa qual a religião e qual o credo. A minha vida e a do meu marido sempre foram e sempre serão pautadas por esses princípios", escreveu em seu perfil.

Foto: Poder360

Este episódio fez com crescesse entre integrantes do comitê eleitoral do petista o receio de que a superexposição de Janja possa ser usada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo da disputa. De acordo com aliados, a mulher de Lula abordou religião, um tema sensível, sem que a cúpula da campanha fosse avisada da publicação, segundo apurou o jornal.

Pessoas próximas ouvidas pela reportagem da Folha também disseram que na véspera da postagem a cúpula da campanha havia reiterado que a crise econômica deveria estar no centro da disputa, com a estratégia de impedir que a pauta de costumes invadisse o debate político. A mensagem de Janja nas redes sociais teria colidido com a definida pela cúpula da campanha.

Outras situações nas quais Janja demonstra interfência teriam sido ainda na pré-campanha, quando repreendeu agentes responsáveis pela segurança de Lula e reclamou para assessores do excesso de sessões de fotos que o ex-presidente se submetia. 

Por outro lado, ainda segundo o jornal, uma ala dos aliados do petista avalia que Janja é um ativo para a campanha e que ela pode agregar em termos de pautas e votos ao ex-presidente ao se posicionar como uma mulher moderna, inteligente e independente.

Fonte: Redação Terra
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