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Justiça Eleitoral derruba posts falsos sobre candidatura de Auricchio em São Caetano

Prefeito, que disputa a reeleição, teve registro indeferido com base na Lei da Ficha Limpa

3 nov 2020 - 19h32
(atualizado às 19h51)
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A Justiça Eleitoral determinou nesta terça-feira, dia 3, que o Facebook remova postagens falsas publicadas por aliados e auxiliares do prefeito de São Caetano do Sul (SP), José Auricchio Júnior (PSDB). As mensagens compartilhadas alegavam que o tucano, que disputa a reeleição e lidera as pesquisas, teve a candidatura deferida, o que não aconteceu.

Os posts foram disseminados por aliados e nomeados diretos de Auricchio na quinta-feira, dia 29, e trazem uma imagem que imitava as cores e o formato do portal Divulgacand, o site de informações oficiais sobre eleições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Porém, a imagem trazia a palavra "deferida", quando a situação real de Auricchio Júnior é de candidatura indeferida por ter sido enquadrado na Lei da Ficha limpa.

"De fato, diante do contido nos documentos (...), a liminar pleiteada deve ser deferida, pois a publicação feita pelos representados não corresponde à situação do candidato à reeleição, cujo registro de candidatura foi indeferido, incorrendo em desinformação aos eleitores, com aparência de documento oficial, o que é vedado pela Lei", escreveu a juíza Ana Paula Ortega Marson, da 269ª Zona Eleitoral de São Caetano do Sul.

A imagem foi compartilhada por Charly Farid Cury, presidente da Fundação Pró-Memória, uma autarquia municipal, e pelo vereador Eclerson Pio Mielo, presidente da Câmara Municipal, além de servidores e auxiliares das secretarias municipais. Além disso, o secretário municipal de Cultura, João Manuel Costa Neto, publicou em seu perfil do Facebook a informação de que o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) teria publicado decisão que daria a Auricchio o direito de participar da disputa, o que não aconteceu.

Postagem do vereador de São Caetano do Sul Eclerson Pio Mielo, presidente da Câmara Municipal, no stories de seu perfil no Instagram
Postagem do vereador de São Caetano do Sul Eclerson Pio Mielo, presidente da Câmara Municipal, no stories de seu perfil no Instagram
Foto: REPRODUÇÃO / Estadão

"Hoje a tarde tivemos mais uma excelente notícia, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) publicou decisão que garante o prefeito Auricchio candidato à reeleição", escreveu Costa Neto.

O prefeito obteve de fato uma vitória no Tribunal Regional Eleitoral, mas ela só o autoriza a permanecer no cargo, apesar de ter sido cassado em segunda instância pela mesma corte - coisa que, em situação normal, significaria a perda do mandato. O presidente do TRE-SP, desembargador Waldir Sebastião de Nuevo Campos Júnior, entendeu no dia 23 que não é conveniente realizar eleições suplementares e trocas de poder na prefeitura no contexto da pandemia da covid-19.

É possível que as pessoas que postaram as informações eleitorais falsas ainda sejam obrigadas pela Justiça Eleitoral a publicar o dado correto, do indeferimento, nas suas próprias redes. O assunto da correção deve ser abordado pela Justiça nos próximos dias, antes do primeiro turno.

A ação contra as postagens foi proposta pela campanha do segundo colocado nas pesquisas, Fabio Palacio (PSD).

O caso

Auricchio foi condenado em segunda instância por captação de dinheiro ilícita na campanha de 2016. Com base nisso, ele foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficará inelegível por oito anos. Para que ele não conste na urna, é preciso que o TRE e que o TSE também deem sinal vermelho à candidatura - rito já cumprido na primeira instância pela juíza eleitoral Ana Lucia Fusaro, da 166ª Zona Eleitoral em São Caetano do Sul, seguindo recomendação do Ministério Público Eleitoral.

Se o TSE não decidir sobre a candidatura até o primeiro turno, em 15 de novembro, os votos dados a Auricchio serão anulados depois das eleições. Como São Caetano tem menos de 200 mil eleitores, o pleito terá apenas um turno. Caso Auricchio vença a disputa - que ele hoje lidera com 54% das intenções de votos válidos, de acordo com pesquisa Ibope divulgada no dia 23 - e seja depois considerado inelegível pelo TSE, a eleição inteira será anulada e terá de ser refeita. Até lá, o presidente da Câmara Municipal que assumir em janeiro será prefeito interino.

Estadão
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