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Líder das pesquisas tem candidatura impugnada em Piracicaba

Ex-ministro da Saúde concorre à reeleição como prefeito e teve o registro de sua candidatura negado pelo TRE

24 nov 2020 - 13h00
(atualizado às 13h33)
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O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) negou o registro da candidatura do prefeito Barjas Negri (PSDB) à reeleição em Piracicaba, interior de São Paulo. Na decisão, dada na tarde de segunda-feira (23), o tribunal reverteu sentença de primeiro grau que havia tornado o tucano apto a concorrer a um novo mandato e o considerou inelegível. Mais votado no primeiro turno, Negri é favorito nestas eleições. O candidato informou que vai entrar com recurso e que sua campanha segue normal.

O prefeito de Piracicaba, Barjas Negri, conversa com operários em área da cidade; ele teve o registro da candidatura à reeleição impugnado pelo TRE, mas com o recurso ao TSE, segue em campanha
O prefeito de Piracicaba, Barjas Negri, conversa com operários em área da cidade; ele teve o registro da candidatura à reeleição impugnado pelo TRE, mas com o recurso ao TSE, segue em campanha
Foto: Divulgação / PSDB / Estadão Conteúdo

Barjas Negri foi condenado em segunda instância, em agosto de 2019, por supostas irregularidades na contratação de uma empresa de assessoria em serviços ambientais. Ele já havia sido condenado em 2016 pelo Tribunal de Justiça de São Paulo pela contratação, supostamente irregular, de uma construtora para a obra de uma policlínica, fato acontecido em 2006. Em primeira instância, a Justiça entendeu que as condenações não o tornavam inelegível e admitiu sua candidatura.

Após recurso do Ministério Público Eleitoral e de partidos políticos, o TRE manifestou outro entendimento. Conforme o relator Manuel Marcelino, o candidato possui condenação em segunda instância por improbidade administrativa e, em um dos casos, foi condenado a restituir R$ 40,8 milhões ao erário. "Deste modo, conclui-se que as condições necessárias à inelegibilidade foram preenchidas, vez que o ora recorrido nos autos de apelação teve a suspensão dos seus direitos políticos em virtude de condenação por ato doloso", escreveu.

Um dos principais redutos tucanos no interior, Piracicaba tem 407.252 habitantes e 290.998 eleitores. No primeiro turno, o prefeito Barjas conseguiu 56.760 votos (34,33% dos válidos), enquanto o segundo colocado, Luciano Almeida, do DEM, teve 25.786 (15,60%). Negri já foi vereador e concorre ao quarto mandato de prefeito. Entre 2002 e 2003, ele foi ministro da Saúde, na gestão de Fernando Henrique Cardoso. O político é considerado um dos principais quadros do PSDB no interior paulistas. Desde 2004, a cidade só elegeu prefeitos tucanos.

A defesa de Barjas informou que a decisão do tribunal paulista contraria o entendimento da Justiça de Piracicaba e que já prepara recurso que será apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o advogado João Carlos Carcanholo, há jurisprudência no TSE amparando a candidatura de Barjas. Com a admissão do recurso, ele poderá participar normalmente do segundo turno e aguardar o julgamento.

A campanha do adversário, Luciano Almeida, reproduziu em redes sociais as notícias sobre a inelegibilidade do tucano. Barjas, por sua vez, usou rede social para dizer que a campanha segue normal. Segundo ele, a decisão no TRE ainda será examinada pelo TSE e a situação atual não o impede de participar da eleição. Negri fez um apelo para que os eleitores compareçam às urnas. Ele disse confiar que, se eleito, vai tomar posse e "realizar um novo governo, como é desejo da população".

Estadão
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