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Lula admite que PT não foi bem nas eleições municipais em SP e lamenta derrota em Araraquara

Presidente diz que é preciso 'rediscutir o papel do PT' na disputa municipal e defende candidatura de Boulos para capital do Estado

11 out 2024 - 10h46
(atualizado às 11h53)
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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista à Rádio O Povo/CBN de Fortalez
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista à Rádio O Povo/CBN de Fortalez
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta sexta-feira, 11, que é preciso "rediscutir o papel do PT na disputa pelas prefeituras". O petista fez uma autocrítica sobre o desempenho do partido e citou que "não tivemos (o PT) uma boa participação em São Paulo (o Estado)", por exemplo.

"Temos que rediscutir o papel do PT na disputa das prefeituras. O PT, nessas eleições, 80% dos nossos prefeitos foram eleitos em cinco países (sic), todos eles no Nordeste. Nós tivemos uma boa participação no Rio Grande do Sul, não tivemos uma boa participação em São Paulo, em Minas Gerais ganhamos as duas cidades que governamos", declarou.

A declaração se deu em entrevista do presidente à rádio O Povo/CBN de Fortaleza. Lula disse que "o PT cresceu o número de prefeitos e vereadores, mas já governou São Paulo, Porto Alegre e outras capitais importantes".

"O dado concreto é que o PT perdeu inclusive Araraquara, que era uma cidade que tínhamos certeza de que iríamos ganhar. Em Teresina, até uma semana das eleições, todo mundo dava como certa a eleição do candidato do PT e não aconteceu", disse.

Lula afirmou, porém, que o resultado das eleições municipais não tem efeito direto nas eleições presidenciais. "Toda vez que termina eleições, aparecem os vencedores e heróis que acham que o mundo, a partir dali, mudou. A eleição de prefeito não tem muita incidência na eleição presidencial. Porque nem todo prefeito no segundo ano de mandato está bem", declarou.

O presidente da República disse que "o fato de o prefeito não ser do PT e ser do MDB, do PSD, não faz nenhuma diferença" para o direcionamento de recursos e obras para as cidades País afora. "Vou tratar ele (prefeito eleito) com o respeito que tenho pelo mandato que ele adquiriu e com respeito ao povo. Sempre foi assim e continuará sendo assim", disse.

Segundo o petista, a quantidade de prefeitos reeleitos no Brasil está diretamente ligada aos recursos investidos por meio de emendas do orçamento federal. "Essa quantidade de prefeitos reeleitos é em função de que eles estão com recursos para fazer coisas, senão não seriam reeleitos. Além disso, tem as emendas do orçamento, que era secreto até outro dia, que faz com que o dinheiro chegue na mão da prefeitura, às vezes sem chegar na do governador. É o maior percentual de prefeitos reeleitos da história, antes não era assim", afirmou.

Lula reconheceu, porém, que as derrotas são naturais e relembrou suas derrotas no passado. "Se perder eleição mas tiver boa participação, sem problema; se prepara para a próxima", declarou.

Lula chama ministro da Educação de 'rei do voto' no Ceará

O presidente ainda estar "confiante" de que o candidato do PT à prefeitura de Fortaleza, Evandro Leitão, será eleito no segundo turno das eleições. Chamou, ainda, o ministro da Educação, Camilo Santana, ex-governador do Ceará, de "maior liderança política" do Estado e "rei do voto do Estado".

"Estou confiante que o Evandro vai ser o prefeito de Fortaleza, porque primeiro ele tem o apoio da maior liderança política do Ceará, que é o Camilo. Vamos ser franco, ele é o rei do voto do Estado. E tem o governador Elmano (de Freitas)", disse.

Lula evitou, porém, criticar o adversário de Leitão, o bolsonarista André Fernandes (PL). "Não conheço o adversário do Evandro, então não posso falar mal de quem não conheço", afirmou.

Para o presidente, o PT precisa adequar discurso "ao mundo do trabalho que não é só a carteira profissional assinada, é o cara que quer trabalhar de home office, que quer ser pequeno empreendedor, que quer ter um pequeno comércio".

"O PT tem essa dificuldade e está demonstrada na própria estruturação do partido. Quando foi criado, a gente era vinculado por núcleo de trabalho, vila. Acabou isso. Precisamos pensar na nossa organização. Continua sendo o maior partido do Brasil", declarou.

"O PT precisa transformar essa preferência eleitoral e simpatia que tem em voto, que eu recebo, mas a gente não consegue receber nas prefeituras. É preciso fazer essa combinação. Tive uma participação mais acanhada nestas eleições, sou presidente da República e tenho uma base muito ampla. Disse: 'Não vou comprar uma briga em uma cidade e depois no Congresso Nacional o pessoal virar adversário'", relatou.

Petista defende candidatura de Boulos

O presidente disse acreditar que o deputado Guilherme Boulos (PSOL) pode ganhar as eleições em São Paulo. Apesar de apoiar o aliado, a escolha de palavras do presidente não demonstrou o mesmo entusiasmo que ele indicou em relação ao candidato do PT à prefeitura de Fortaleza, Evandro Leitão.

Quando se referiu ao cearense, Lula disse estar "confiante" com a sua eleição. No caso de Boulos, disse que o deputado federal "pode ganhar as eleições". O petista, porém, defendeu o líder do movimento sem teto, a quem chamou de "uma figura muito preparada".

"Leio que o Boulos pode ganhar as eleições. O Boulos é uma figura muito preparada. Tivemos um problema no primeiro turno, porque é muito difícil convencer um petista, que estava habituado a votar em 13 desde 1980, a votar 50. Tem 50 mil pessoas que votaram no 13. Eu, inclusive, gravei para o Boulos dizendo que as pessoas habituadas a votar no 13 a votar no 50?, afirmou.

Questionado sobre como Boulos deveria convencer o eleitorado dos outros candidatos a votar nele, Lula disse que "o voto não tem dono".

O presidente citou os candidatos a prefeito em Fortaleza e em São Paulo para dizer que deve se envolver na disputa municipal no segundo turno, um indicativo de que sua participação deve ser mais ativa nessa fase eleitoral. No primeiro turno, o próprio presidente reconheceu que teve uma participação "mais acanhada".

Estadão
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