Lula ataca Bolsonaro por fala sobre analfabetismo e diz que nordestinos não podem votar no presidente
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou nesta quinta-feira o presidente Jair Bolsonaro (PL) por uma fala sobre o analfabetismo no Nordeste e a vitória do petista na Região no primeiro turno da eleição presidencial, e disse que os nordestinos não podem votar no candidato à reeleição.
"Quem tiver uma gota de sangue nordestino não pode votar nesse negacionista monstro que governa esse país", disse Lula em comício em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo e berço político do petista.
"As pessoas que são analfabetas não são analfabetas por sua responsabilidade", acrescentou Lula ao lado do candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do candidato ao governo do Estado, Fernando Haddad (PT), entre outros.
Em live na noite de quarta-feira, Bolsonaro leu uma notícia que tinha como título "Lula venceu em 9 dos 10 Estados com maior taxa de analfabetismo", e continuou dizendo: "vocês sabem quais são esses Estados? Do nosso Nordeste".
Enquanto no quadro geral do país Lula teve uma vantagem de 5 pontos sobre Bolsonaro no primeiro turno (48,43% a 43,20% dos votos válidos), no Nordeste a liderança de Lula foi bastante folgada. Pesquisa Ipec divulgada na noite de quarta-feira mostra que essa folga continua, com 69% das intenções de voto para o petista contra 26% do atual presidente.
Já temendo o uso de sua declaração na campanha, Bolsonaro publicou um tuíte nesta quinta-feira alertando os eleitores contra "narrativas".
"Não caiam em narrativas que tentam nos colocar contra nossos irmãos do Nordeste. A esquerda divide para conquistar. Já tentaram com negros, mulheres, indígenas, etc. Agora tentam com nordestinos, para abafar conquistas como a transposição do São Francisco, que nós concluímos", tuitou o presidente.
Durante o comício em São Bernardo do Campo, Lula lembrou que as cidades de São Bernardo do Campo e de Santo André nunca tinham tido uma universidade federal antes da chegada dele ao poder.
"Foi um metalúrgico quase analfabeto que trouxe a universidade para cá", disse. "Nós nordestinos ajudamos a construir cada metro de asfalto deste país, cada ponte, cada casa."