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Lula chama Aécio de "grosseiro" e "filhinho de papai" em MG

"O comportamento dele não é de um candidato com responsabilidade, é o comportamento de um filhinho de papai que sempre acha que os outros sempre têm que fazer tudo para ele, que olha com o nariz empinado", esbravejou o ex-presidente

18 out 2014 - 15h12
(atualizado às 16h22)
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<p>O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o governador eleito pelo PT em Minas Gerais, Fernando Pimentel, participam de ato pró-Dilma na Praça Duque de Caxias, no bairro Santa Tereza em Belo Horizonte, MG, neste sábado </p>
O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o governador eleito pelo PT em Minas Gerais, Fernando Pimentel, participam de ato pró-Dilma na Praça Duque de Caxias, no bairro Santa Tereza em Belo Horizonte, MG, neste sábado
Foto: Alberto Wu / Futura Press
O ex-presidente Lula fez, durante comício na manhã deste sábado em Belo Horizonte, duros ataques ao senador Aécio Neves (PSDB) adversário da presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno da eleição presidencial. O evento reuniu militantes e eleitores na Praça Duque de Caxias em Santa Tereza, região leste da capital mineira. Lula estava acompanhado de deputados eleitos pelo Partido dos Trabalhadores, sindicalistas, representantes de movimentos sociais e do governador eleito, Fernando Pimentel. 

Na ocasião, Lula chamou o candidato tucano, de "moço vingativo" e "filhinho de papai," que age com grosseria e desrespeito para com a presidente Dilma, como teria acontecido, na avaliação do ex-presidente, no debate da última quinta-feira na emissora SBT: "Eu vejo que o cidadão a toda hora fica espezinhando a Dilma. Eu disputei muitas eleições nesse País, eu nunca vi um cidadão faltar tanto com o respeito com uma presidenta quanto o nosso opositor está fazendo," avaliou.

"Eu não tinha coragem de ser grosseiro contra o Collor, eu não tinha coragem de ser grosseiro contra o Serra, eu não tinha coragem de ser grosseiro com o Alckmin, nas eleições que eu participei e nas eleições que eu perdi contra o Fernando Henrique Cardoso. Pega uma palavra minha chamando o candidato de mentiroso. Pega uma palavra minha chamando o candidato de leviano. O comportamento dele não é de um candidato com responsabilidade, o comportamento de um filhinho de papai que sempre acha que os outros sempre têm que fazer tudo para ele, que olha com o nariz empinado," disparou. 

Lula afirmou ainda que Aécio Neves age desta forma porque Dilma é mulher: "Eu não sei se ele teria coragem de ser tão grosseiro se o seu adversário fosse um homem. E não só porque a Dilma é mulher, porque é avó, mas sobretudo porque o cargo que ela ostenta é o de presidente da república desse país," continuou.

<p>Lula e o governador eleito pelo PT em Minas Gerais, Fernando Pimentel, participam de ato pró-Dilma, em Belo Horizonte</p>
Lula e o governador eleito pelo PT em Minas Gerais, Fernando Pimentel, participam de ato pró-Dilma, em Belo Horizonte
Foto: Alberto Wu / Futura Press

" Eu fico imaginando o comportamento desse cidadão que de vez em quando parece um fidalgo. Quando a Dilma perguntou do bafômetro, ele falou - é porque eu não tinha carteira - ora, o bafômetro não é para medir se tem carteira ou não. O bafômetro não cheira a carteira de motorista, cheira álcool. Sabe qual é a tática dele? A tática dele é a seguinte, de partir para a agressão - como eu não tenho experiência de vida , eu vou partir para agressão, meu negócio com mulher é partir para a agressão," ironizou.

"Se ele trata a presidenta da república desse jeito, eu fico imaginando quando ele encontrar a Bia (presidente do Sindicato dos Professores da Rede Estadual de MG, que também discursou atacando o ex-governador mineiro) carregando uma faixa defendendo os professores, ou quando ele encontrar um carregador de papel reivindicando algo," afirmou, para em seguida evocar o passado dos dois presidenciáveis para diferenciá-los: " Onde estava Aécio quando Dilma estava presa durante a ditadura? Onde estava esse moço? O primeiro emprego do Aécio, vou contar a vocês, foi ser assessor do pai que era deputado eleito em BH, e ele foi assessorar o pai em Minas, não? Foi assessorar no Rio de Janeiro, onde ele morava. Era o melhor emprego do mundo, assesssorar o pai do Rio de Janeiro," cutucou. 

Para o ex-presidente, Aécio Neves é o candidato favorito da elite e dos banqueiros brasileiros, que têm ódio dos avanços sociais alcançados pela sociedade brasileira nos doze anos de governo petista. Lula aproveitou para responder a revista inglesa The Economist, que durante a semana recomendou que a população brasileira promova mudanças não reelegendo Dilma Rousseff.

"Essa revista tem um nome chique, é a mais importante revista de economia do mundo e eu vi ela fazendo uma matéria esta semana dizendo que o povo brasileiro não tem que votar na Dilma e tem que votar no adversário dela. Pedindo votos para o adversário dela. Ora, o que está por detrás disso. Essa revista é a mais importante dos economistas internacionais, dos bancos, daqueles achacadores que dizem que são investidores e que são exploradores. Pois bem, essa revista que defende os bancos não quer a Dilma, essa quer o Aécio," esbravejou. "Que o Aécio seja o candidato dos banqueiros, ótimo, mas a Dilma é a candidata do povo brasileiro," gritou. 

Para Lula, o ódio da chamada por ele elite brasileira é provocado pelo fato da presidente Dilma não ser subserviente aos bancos e empresários. Ele citou a geração de 5 milhões de empregos no País durante o governo Dilma: "Querem que a Dilma fizesse igual na Espanha, Itália, França, EUA, que jogasse a crise no bolso do povo trabalhador desse país. E a Dilma não vai jogar no bolso dos trabalhadores. Os banqueiros criaram a crise, eles que resolvam a crise que criaram. Nós aprendemos a andar de cabeça erguida e não vai ter nenhum banqueiro brasileiro ou estrangeiro que vai dizer o que é bom pra gente votar," disse. 

O ex-presidente citou ainda o exemplo pessoal para pedir que a população brasileira não repita o que aconteceu em 1989, quando o Fernando Collor de Melo foi eleito presidente sob a chancela da renovação.

" Em 1989, com  medo de mim, com medo do Ulysses Guimarães, com medo do Brizola, com medo do Mário Covas, muitas vezes instigado pela imprensa, esse país escolheu o Collor como o presidente da República dizendo - quero o novo - e vocês sabem o que aconteceu nesse país. Eu fiquei muito sentido porque o povo poderia não ter me escolhido, eu era muito radical na época e nem a barba eu aparava, o povo até podia ter medo de mim, mas o Ulysses Guimarães era um cidadão, homem de bem; o Brizola tinha história, o Mário Covas tinha história, tinham tantos outros, mas instigado pela imprensa o povo elegeu o Collor. Agora a gente está vendo o mesmo comportamento. A imprensa brasileira, possivelmente nas mãos da elite brasileira não admite nenhum governante que olhe para as pessoas mais humildes, mais pobres," avaliou. 

"Eu gostaria que algum sociólogo, não aquele, outros, (ironizando o ex-presidente FHC) explicasse porque tanto ódio da Dilma, de mim nem tanto, porque tanto ódio do PT. Em São Paulo você não imagina tanto ódio, eu queria que alguém explicasse porque tanta ira. Será pela ascenção social que deixa uma parte da elite incomodada?," questionou, dizendo ainda que a presidente Dilma é diferente também do adversário no que diz respeito aos escândalos de corrupção, como a investigação da Polícia Federal que apura o suposto esquema de cobrança de propina na Petrobras, que está sendo denunciado pelo ex-diretor Paulo Roberto Cosa.

 "Se fosse no governo deles estava embaixo do tapetão. A diferença entre a Dilma e ele é que a Dilma tirou o tapete da sala," afirmou. "No tempo deles esta denúncia da Petrobras estava engavetada há sete chaves, no nosso não".

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Fonte: Especial para Terra
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