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Lula defende revisão das reformas trabalhistas e proteção da Amazônia

Candidato à presidência participou da sabatina na CNN Brasil na noite desta segunda-feira, 12

12 set 2022 - 22h48
(atualizado às 23h02)
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Foto: Poder360

O ex-presidente e candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi entrevistado nesta segunda-feira, 12, no canal CNN Brasil, e se mostrou bastante confiante com a possível reeleição. Durante as suas falas, ele pontuou que quer revisar os direitos trabalhistas, defendeu a Amazônia, falou sobre a relação com o agronegócio e ainda chamou Jair Bolsonaro (PL) de “fraco”. 

Lula se mostrou mais à vontade do que no último debate e até que a sabatina do Jornal Nacional, da TV Globo. Em alguns momentos chegou a ironizar alguns candidatos e políticos que o criticam. Durante 50 minutos, o candidato falou principalmente sobre a corrupção e também sobre o que deseja fazer caso seja eleito. 

Ele também critica Bolsonaro, dizendo que o presidente tem “comportamento incivilizado'', e que ele “incita” confusões políticas, e violência, como as mortes de dois petistas. Lula ainda diz que o atual presidente “vive de provocar, desrespeitar, ofender ministro da suprema corte”. 

Durante a entrevista, Lula não negou que houve corrupção em seu governo quando foi perguntado, mas atribuiu ao seus mandatos a descoberta dos esquemas, citando mais uma vez o Portal da Transparência, 

Reformas trabalhistas

Ao ser questionado pelo apresentador William Waack como fará para garantir a ajuda emergencial que promete na campanha, Lula afirmou que o povo não quer só ficar esperando por ajuda financeira do governo, mas que quer trabalhar. Ele prometeu que vai gerar empregos, e afirma querer revisar as reformas trabalhistas.

“A gente quer adequar o direito dos trabalhadores a realidade dos trabalhadores de hoje. As pessoas não podem trabalhar sem direito a descanso semanal remunerado, não podem ficar sem seguridade social, sem direito às férias. O que queremos é um país civilizado”, afirmou. 

Agronegócio e desmatamento

Em dado momento, Lula falou também sobre a sua relação com o agronegócio. Waack chega a citar um episódio em que o candidato xingou o setor, causando irritação no meio. Rindo, o candidato afirmou que “nunca o agronegócio teve tanto financiamento quanto no governo do PT”, e desafiou a trazê-lo ao programa para dizer isso. “Nós financiamos máquinas a 2% de juros ao ano, hoje pagam 18%”, afirmou. 

Lula continua dizendo que o “problema conosco hoje é porque sabem que no governo do PT não vai ter desmatamento na Amazônia”. Ele ainda critica quem aqueles que não respeitam as políticas ambientais, e ressalta que no meio, ainda há muita gente responsável, “que não quer invasão em nenhum bioma”, e que são esses que vão continuar trabalhando “conosco”. 

O candidato ainda salienta que o agronegócio é importante, e que "é possível produzir sem a quantidade de agrotóxico utilizado, e sem invadir nenhum bioma que precisamos preservar". 

Defesa da Amazônia

Em seguida, o candidato saiu em defesa da Amazônia, e frizou que a questão climática  é séria “para toda a humanidade, não é mais questão de 'bicho grilo', como era há 30 anos”. 

Segundo Lula, o Brasil não vai “abrir mão nunca da soberania do território”, mas o País vai compartilhar “exploração científica de uma terra grande e com biodiversidade fantástica”, para ajudar no crescimento das áreas de fármacos e cosméticos. “Vamos conversar com o mundo. O acordo Brasil-Alemanha-Noruega foi no meu governo”, afirmou citando o Fundo Amazônia, criado em 2008, para receber doações de instituições e governos internacionais para financiar ações de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia Legal.

Política internacional

Lula mostrou que pretende restabelecer a relação internacional, principalmente, para discutir as questões climáticas “com mais seriedade', e voltar a governança na ONU'. O ex-presidente também falou sobre viajar para discutir questões do investimento externo no país. 

“É preciso entrar no país africano, sulamericano, Alemanha, Índia, para que a gente possa tomar uma decisão. Pretendo viajar para discutir a questão do investimento externo e tenho certeza que, nesse momento na história do Brasil, ninguém tem a credibilidade de visitar o exterior e fazer acordo de investimentos do que nós. vamos convencer que o Brasil é um bom negócio para fazer investimento e não vender empresa pública”, afirmou. 

O candidato ainda criticou Bolsonaro por se esgueirar da relação com alguns países. “Você precisa se fazer respeitar, ninguém gosta de lambe botas. Nós vamos fazer isso, sem ser prepotentes. O Chico Buarque falava que quando eu estava no poder, Brasil não falava fino com os EUA e nem grosso com a Venezuela”, disse rindo.

“Quando a gente é chefe de estado, a gente não escolhe amigo para conversar. Não tenho contencioso com ninguém. O Brasil precisa estar muito bem com os EUA, com a China, com a União Europeia, com a América Latina, com a África. vamos voltar a fazer uma política de investimento diplomático muito grande”. 

Judicialização da política

Waack cita que, ao longo de anos, Lula afirmou várias vezes que aprendeu a lidar com a política, mas não com o Judiciário, e pergunta o que ele fará com o STF.  Em resposta, o candidato diz que hoje há uma certa “anormalidade” no Brasil, pois, segundo ele, o Poder Legislativo se mete no Poder Judiciário, e também se mete em ser Poder Executivo, e que às vezes, “Poder Judiciário se comporta fazendo política”. 

Ele atribui a “judicialização da política” à própria classe, e afirma que a crise política instaurada em 2014 foi de Aécio Neves. 

“Nós temos um problema que foi a eleição da Dilma de 2014. O candidato oponente não quis aceitar o resultado. Foi a primeira vez. Eu perdi três eleições, uma para o Collor e duas para o FHC, e eu voltava para casa para me preparar. O Aécio não, ele afrontou a vitória da Dilma, entrou com recurso, e é responsável pelo clima de animosidade do país”. 

Fonte: Redação Terra
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