Lula diz que Bolsonaro é 'infinitamente pior' que Daniel Ortega, da Nicarágua
Para o petista, o presidente 'não pensa democraticamente' e o que estaria em jogo é se o Brasil 'vai querer fortalecer o autoritarismo'
BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT ao Palácio do Planalto, afirmou neste domingo, 23, que seu adversário no segundo turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL), é "infinitamente pior" que o líder da Nicarágua, Daniel Ortega. O chefe do Executivo costuma usar o caráter ditatorial do governo de Ortega para associá-lo ao petista, que evita condenar ações antidemocráticas do líder latino-americano.
"A mensagem que eu gostaria de dar é que as pessoas entendessem que o que está em jogo no Brasil neste instante não é a disputa entre Lula e Bolsonaro, o que está em jogo neste instante é se esse País vai continuar fortalecendo a democracia ou se vai querer favorecer o autoritarismo", declarou Lula durante bate-papo com os influenciadores Cauê Moura e Load, divulgado no YouTube.
O petista disse que o atual chefe do Executivo "mente de forma compulsiva" e incentiva a violência contra o Judiciário. "Bolsonaro fala do Daniel Ortega, ele é infinitamente pior do que o Daniel Ortega, e ele quer criar um país como qualquer outro país… Ele não pensa democraticamente, ele não pensa, o que ele pensa é o seguinte: só quer o poder pelo poder", disse Lula.
No sábado, 22, Bolsonaro voltou a afirmar que o Brasil "não pode virar uma Nicarágua", ao criticar Lula. "Não queremos uma Nicarágua aqui, onde se prendem padres, se expulsam freiras, se fecham rádios e TVs católicas, se proíbe para os evangélicos a comemoração do Dia da Bíblia, se proíbem para os católicos as procissões", disse o presidente, durante encontro com lideranças evangélicas em Itaquera, bairro da zona leste de São Paulo.
Durante a campanha, bolsonaristas espalharam uma fake news para afirmar que Lula fecharia igrejas e perseguiria padres caso fosse eleito. O petista evita condenar o regime liderado por Ortega, mas nunca deu sinais de que adotaria no Brasil as mesmas ações do presidente da Nicarágua.