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Lula diz que mulher não é 'objeto de cama e mesa' ao defender igualdade salarial entre gêneros

Em Salvador, ex-presidente faz aceno a eleitorado feminino após receber apoio da senadora Simone Tebet

12 out 2022 - 18h16
(atualizado às 19h23)
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Foto: Felipe Iruata / Reuters

Em mais um aceno às mulheres diante do apoio da senadora Simone Tebet (MDB) ao seu nome para a presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, mais uma vez, a igualdade salarial entre gêneros. De acordo com o ex-presidente, é preciso fazer valer a Constituição do Brasil: "Falta só regulamentar, as nossas mulheres querem receber os mesmos salários quando fazem o mesmo trabalho que os homens".

"É preciso que a gente, de uma vez por todas, que a mulher não é objeto de cama e mesa, de que a mulher não é um ser de segunda categoria, de que ela tem direito de ser tratada com a decência categoria", declarou o petista na tarde desta quarta-feira, 12, em Salvador, na Bahia.

Após o apoio público de Tebet à sua candidatura, Lula intensificou o discurso em prol das mulheres. No evento de hoje, ele afirmou que os homens precisam "evoluir" e compartilhar as tarefas domésticas com as mulheres. "Porque a mulher tem dupla, tripla; ela tem muitas funções que muitas vezes a gente não compreende".

"Para nós é apenas uma prorrogação", diz Lula após definição de 2º turno com Bolsonaro:

Em críticas ao atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que disputa com Lula no segundo turno, ele criticou o atual chefe do Executivo que comeu uma picanha que, segundo o petista, custava R$ 1.200,00. "Enquanto nossas mulheres estão indo no açougue pegar osso ou carcaça de frango para comer", complementou.

Lula também prometeu fazer uma "política tributária progressiva", caso eleito. "Nós vamos ter que fazer uma política tributária correta. Não é possível que um trabalhador que vai comprar 1kg de feijão pague o mesmo imposto que paga o presidente do Santander naquele quilo de feijão".

O ex-presidente reiterou a proposta de seu programa de governo de aumentar a isenção do imposto de renda para trabalhadores que ganham salários de até R$ 5 mil. A isenção também chegou a ser proposta por Bolsonaro ainda em 2018, mas não foi cumprida.

"Tem muita gente ganhando pouco e muitos poucos ganhando muito", enfatizou o ex-presidente, reforçando críticas ao atual governo, que o classificou como ausente. "Nós temos uma pessoa que exerce o cargo na Presidência que nunca se reuniu com sindicalistas, que nunca se reuniu com ninguém do movimento de mulheres, que nunca se reuniu com prefeitos e governadores", disse.

Seguindo no discurso a favor do diálogo, Lula afirmou que "nenhum país pode ser rico se a prefeitura é pobre". "É na cidade que aparece o problema do povo, é na cidade que está o problema da educação, do transporte, da fome, do emprego."

Nas considerações finais, o petista declarou que irá ganhar as eleições "porque a gente não tem governo". Apesar de o próprio ex-presidente ter convocado a coletiva de imprensa, Lula finalizou sua fala e saiu do evento, sem responder perguntas da imprensa. "Se vocês tiverem perguntas, eu respondo no discurso ali em cima", finalizou.

Estadão
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