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Lula diz trabalhar para evitar a eleição de 'pilantras' na Câmara

Segundo o ex-presidente Lula, além de vencer a presidência, a esquerda precisa de uma base no Congresso para avançar com pautas importantes

4 abr 2022 - 17h03
(atualizado às 18h57)
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira, 4, que a eleição de deputados estará no centro da estratégia do PT para as eleições deste ano. Com um crescimento da base governista na Câmara, o petista destacou que, ainda que vença nas eleições deste ano, se a esquerda não tiver uma base forte no Congresso, dificilmente um eventual governo conseguirá avançar em pautas importantes para sua base.

"Nós temos uma tarefa quase heroica. Uma coisa revolucionária. Quais são os deputados que vão ser eleitos na cidade em que a gente mora? Como é que a gente vai trabalhar para não deixar eleger pilantras, como a gente vai fazer para não deixar a direita ter uma maioria", disse Lula, durante reunião da Direção Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva
O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva
Foto: Foto: Ricardo Stuckert

O ex-presidente também citou a nova configuração do Congresso, após as trocas feitas durante a janela partidária. Segundo o petista, os partidos viraram "cooperativas" de deputados. "O que vale é a repartição do fundo eleitoral", afirmou.

A relação de Lula com o Congresso foi marcada pelo escândalo do mensalão, esquema de compra de votos de parlamentares que ameaçou derrubar o primeiro governo do petista, em 2005. A revelação feita pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB) de que congressistas recebiam uma espécie de mesada para votar a favor dos projetos do governo virou ação penal julgada pelo Supremo Tribunal Federal em 2012 - 25 réus foram condenados.

Lula afirmou ainda que, mais difícil do que vencer as eleições neste ano, vai ser "desfazer o desmonte das instituições" realizado, segundo ele, pelo governo de Jair Bolsonaro. "Nós vamos ter que começar o governo sabendo que nós vamos ter que tirar quase oito mil militares que estão em cargos, pessoas que não prestaram concursos", declarou.

Estadão
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