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Lula fará carta a evangélicos sobre respeito à liberdade religiosa; leia entrevista com coordenador

Edinho Silva, um dos responsáveis pela comunicação da chapa, diz também que tática de usar na campanha temas com canibalismo e aborto foi uma reação após 'ataques nas redes sociais'

11 out 2022 - 10h10
(atualizado às 22h21)
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A campanha do petista Luiz Inácio Lula da Silva entra na segunda semana após o primeiro turno das eleições confiante de que os apoios anunciados ao ex-presidente irão se traduzir em votos. A avaliação de Edinho Silva (PT), um dos coordenadores de comunicação da campanha de Lula, é de que Simone Tebet (MDB) será "decisiva" no interior de São Paulo e que o PT fez o "movimento mais sólido" de ampliação do eleitorado.

A preocupação na campanha, segundo ele, é com a divulgação de informações falsas na véspera da eleição e com o poder da máquina pública em uso pelo seu adversário, Jair Bolsonaro (PL). "Em alguns momentos nós não estamos enfrentando o candidato, estamos enfrentando o Estado brasileiro", afirma Edinho, que é prefeito de Araraquara e está na linha de frente da campanha de Lula. No domingo, o Estadão publicou entrevista com o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PP), que integra o núcleo próximo de assessores do presidente Jair Bolsonaro (PL), na qual ele diz confiar numa virada no segundo turno pelo fato de, na sua visão, Lula já ter alcançado o seu teto de votos.

O petista, que foi secretário de Comunicação Social da Presidência no governo Dilma Rousseff (PT), diz que a campanha apenas "reagiu" ao associar Bolsonaro ao canibalismo e ao aborto. Nesta entrevista, ele também afirma que Lula está aberto a sugestões dos novos aliados e, por isso, irá divulgar uma carta de aceno a evangélicos. Ele deve também detalhar novas propostas aos eleitores.

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O senhor é prefeito. Qual é o poder do Bolsonaro de mobilização das prefeituras no Sudeste ao fazer a aliança com os governadores dos três Estados?

É inegável que ele faz um momento importante, principalmente no Rio de Janeiro e em Minas. Em São Paulo é diferente, porque (Rodrigo Garcia) é um governador muito recente e que não leva o partido junto, então vai provocar uma divisão no eleitorado tucano, não tenho nenhuma dúvida disso. O governador é cristão novo no PSDB e os tucanos mais históricos de São Paulo declaram apoio para nós. No Rio, Lula dificilmente perde na capital, nosso desafio é na Baixada Fluminense e no interior, que é onde nós estamos costurando o apoio das lideranças regionais. Em Minas, nosso maior desafio é no sul do Estado.

O desempenho no interior de SP frustrou a campanha. O fator Alckmin não entregou o que o PT imaginava?

O interior de São Paulo é historicamente mais conservador. O governador Geraldo Alckmin foi uma liderança importante no primeiro turno e tende a ser mais importante ainda no segundo turno. Nosso desempenho em São Paulo está muito além do que foi o nosso desempenho histórico. Ter o Haddad no segundo turno de forma tão competitiva é uma imensa vitória. O apoio do Alckmin e da Simone Tebet (MDB) vão ajudar muito.

Qual será o papel da Simone?

Ela é uma figura central. O apoio dela é extremamente importante, no interior de São Paulo, também na disputa de setores médios no Rio Grande do Sul, setores médios de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Ela na televisão nos ajuda principalmente no diálogo com as mulheres dos setores médios, que se identificam muito com ela. Em São Paulo, ela é decisiva.

Em 2018, o Mano Brown, em um palanque de Haddad, sugeriu que o PT tinha perdido a capacidade de falar a língua do povo. Figuras de fora do partido foram agregadas à campanha em 2022 com expectativa de que aumentem a penetração na classe média: Alckmin, Simone... Qual a dificuldade do PT de dialogar com a classe média?

Se você pensar que o Lula teve 48% dos votos no primeiro turno… está acima do nosso teto histórico. O Lula ofereceu ao PT a oportunidade de superação de suas dificuldades pela força e pela empatia com o povo brasileiro. Mas, claro, ninguém é unânime. Há esse setor médio mais conservador, que devido a tudo o que o PT passou nos últimos anos, tudo o que nós sofremos, criou um antipetismo. Com esses setores médios que têm racionalidade - porque tem um setor que você não consegue chamar à razão -, figuras como Simone e Alckmin nos ajudam muito.

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