Script = https://s1.trrsf.com/update-1731009289/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Maioria dos beneficiários do Auxílio Brasil votam em Lula: "ação eleitoreira de Bolsonaro"

Segundo o DataFolha, um em cada quatro eleitores recebem o benefício; entre os que estão no programa, 58% responderam que "com certeza" votarão no petista

28 out 2022 - 09h13
(atualizado às 09h14)
Compartilhar
Exibir comentários
A foto mostra uma mulher negra segurando o cartão do Auxílio Brasil
A foto mostra uma mulher negra segurando o cartão do Auxílio Brasil
Foto: Júlio Dutra/ Min. Cidadania / Alma Preta

O candidato à presidência Luís Inácio Lula da Silva (PT) lidera as intenções de voto entre os beneficiários do Auxílio Brasil. O petista tem 61% da preferência entre os eleitores, enquanto Jair Bolsonaro (PL) tem 34%. Os dados são da pesquisa Datafolha, divulgada no dia 28 de outubro. 

Entre as pessoas que recebem o benefício social ou moram com alguém que recebe, 58% responderam que votarão em Lula "com certeza". Já os que recebem o auxílio e estão totalmente decididos em votar em Bolsonaro representam 33%.

A beneficiária Katty de Souza Costa, de 29 anos, moradora do Novo Gama, Goiás, diz que, em sua avaliação, o Lula vai fazer uma política melhor do Auxílio. Para ela, o Bolsonaro está "jogando cartas ao vento para ganhar votos dos indecisos que recebem o benefício". 

"O Lula já sabe como fazer o auxílio funcionar, sabe quais são as necessidades que precisamos ser supridas", acrescentou.

A jovem, que está grávida do segundo filho e desempregada, afirmou que tem medo de perder o Auxílio a qualquer momento. Ela é beneficiária desde 2020, na época ainda era o Bolsa Família. Ela recebia R$49 por mês, mas logo veio a pandemia e o valor mudou para R$1.200. De acordo com a moça, o benefício é necessário, mas diferente do Bolsa Família - programa criado por Lula em 2003 - ele veio para cobrir uma necessidade da pandemia.

"Na pandemia era um valor muito maior e foi o que ajudou muitas famílias, inclusive a minha. Mas não sei se ele foi pensado da forma mais correta. Sabemos que o auxílio ajuda, que é necessário, porém ainda tem milhares de famílias passando fome", ressaltou.

Segundo o economista Elias Sampaio, doutor em Administração Pública, é importante lembrar que a população brasileira é muito diversa. As segmentações feitas pelos institutos de pesquisa muitas vezes não representam a realidade do povo. De acordo com ele, é necessário que se entenda que existem vários perfis de eleitores e não é pela pessoa receber um benefício que ela irá votar em determinado candidato.

"A elite brasileira pensa que o povo mais humilde não desenvolve senso crítico e político. Por isso, precisamos entender que o povo mais pobre consegue saber o que é melhor para si, mas estas pessoas, que acordam às 5 da manhã, não tem muito tempo para aprofundar os discursos, eles precisam de algo prático, que resolva a sua necessidade", disse o especialista.

Sampaio considerou que o Auxílio Brasil é meramente uma estratégia eleitoreira de Bolsonaro para ludibriar os mais necessitados. Para ele, a população já compreendeu essa mensagem, assim como alguns também perceberam que a falta de plano econômico do governo Bolsonaro irá prejudicá-los.

O economista pontuou que o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, e a sua equipe, não têm condições de melhorar a situação caótica que eles próprios têm criado. Caso permaneça a mesma estrutura, o especialista considera que as consequências para a população mais pobre serão desastrosas.

"Eu não consigo imaginar o tamanho do prejuízo para a população se, em uma possível reeleição do atual governo, as políticas apresentadas até agora sejam mantidas".

Katty Costa conta que sua vida, com a atual gestão, mudou muito. Não só no quesito economia, mas a cada dia que passa ela tem mais medo de sair na rua sozinha, dar sua opinião sobre algo. Ela sentiu uma diferença econômica muito grande e dificuldade no poder de compra e escolha.

"Ser mulher ficou mais difícil nesse governo. Além disso, tudo ficou muito mais caro, ter que ir ao mercado e não poder comprar nem meio quilo de carne é difícil. Ter que optar sempre por algo mais barato, similar ao que queria originalmente, é ruim. Acaba que quem dita o que posso ou não comprar é sempre o mercado, não eu. Por isso até mudei a forma de comprar. Estou comprando mais em atacadão, os preços são um pouco melhores e levo mais quantidade".

Leia mais: Grendene, Ypê e Havan: veja as empresas dos principais doadores da campanha de Bolsonaro

Alma Preta
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade