Mais de 32,6 milhões de eleitores deixaram de votar
Abstenção chegou a 20,9% do total de 156 milhões de pessoas aptas a votar; número supera o de 2018, que foi de 29,9 milhões (20,3%)
Nas eleições deste domingo, cerca de 32,6 milhões de eleitores deixaram de comparecer às urnas. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mais de 156 milhões de pessoas estavam aptas a votar. Compareceram às urnas pouco mais de 123 milhões.
Para se ter uma ideia, 32,6 milhões de eleitores são mais da metade dos que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve o apoio de mais de 57 milhões de eleitores. Jair Bolsonaro (PL), que ficou em segundo lugar e vai ao segundo turno com Lula, teve pouco mais de 51 milhões de votos.
O número é superior àquele dos que deixaram de votar em 2018. Na ocasião em que Jair Bolsonaro (então no PSL) e Fernando Haddad (PT) chegaram ao segundo turno, 29,9 milhões de pessoas deixaram de votar.
Neste domingo, mesmo com um quinto dos eleitores deixando de comparecer, foram verificadas filas em várias cidades do país. "Só vamos realmente saber se houve uma demora, se foi pelo aumento do número de eleitores ou pela biometria", afirmou o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, durante coletiva neste domingo.
Em várias seções, mesários afirmaram que a demora se deve à biometria, já que em muitos casos a leitura digital é demorada, com até quatro tentativas para que ela seja validada.
Outro fator que deve ser levado em consideração é o número de votos registrados, já que o brasileiro elege de uma só vez deputados estaduais, federais, senador, governador e presidente da República. No caso do Distrito Federal (DF), a eleição é para deputado distrital, em vez do voto em deputado estadual.
Quanto aos votos brancos e nulos, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, disse em coletiva de imprensa que a votação de 2022 teve o menor número de votos brancos e nulos, desde 2014. Foram 4,20% de votos brancos ou nulos, o equivalente a 7,5 milhões de votos.