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Marina critica permanência de Lula nas pesquisas eleitorais

No Recife, onde cumpriu agenda de campanha, candidata da Rede afirma que comitê da ONU não conhece realidade brasileira

21 ago 2018 - 20h06
(atualizado às 20h18)
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Ao visitar Recife (PE) nesta terça-feira, 21, a candidata da Rede ao Palácio do Planalto nas eleições 2018, Marina Silva, disse que manter o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - condenado e preso na Operação Lava Jato - nas pesquisas de intenção de voto "fragiliza muito o processo de decisão dos eleitores."

Condenado em segunda instância e preso desde abril, Lula deve ter o registro de candidatura à Presidência indeferido pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa.

"A lei deve ser observada por todos. Ninguém está acima da lei numa democracia e não se pode ter dois pesos e duas medidas. Estamos em um processo eleitoral, faltando pouco dias para a finalização desse processo, e ainda temos uma situação que fragiliza muito a decisão dos eleitores", afirmou.

Na segunda-feira (20), pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo mostrou que Lula, mesmo preso na Lava Jato, lidera a disputa presidencial com com 37% das intenções de votos, seguido de Jair Bolsonaro (PSL), com 18%; e Marina em terceiro, com 6%. Sem o petista, Marina dobra suas intenções de votos, alcança 12%, e sobe para a segunda posição. Neste cenário, Bolsonaro lidera a disputa com 20%.

Marina Silva participou de evento no Recife
Marina Silva participou de evento no Recife
Foto: Marlon Costa / Futura Press / Estadão

No Recife, a candidata da Rede visitou o projeto Porto Social, que funciona como incubadora de ONGs e local de fomento ao empreendedorismo social. Ela estava acompanhada da chapa majoritária da Rede em Pernambuco, encabeçada pelo candidato a governador Júlio Lóssio. À noite, se reúne com correligionários e militantes do PV em um hotel na zona sul do Recife, depois segue para São Paulo.

A candidata criticou as novas regras eleitorais dizendo que "eles (incluindo o PT) fizeram de tudo para impedir a sociedade de cumprir com seu objetivo de mudar", ficando com praticamente todo o dinheiro do fundo eleitoral e do tempo de propaganda no rádio e na TV. "É o momento de dar chance para a mudança, para que o cidadão derrote as velhas estruturas do poder econômico e do abuso do poder político, e eu estou sentindo esse movimento na sociedade brasileira", afirmou.

Segundo Marina, "os que criaram os problemas não vão resolvê-los, só vão agravá-lo". "O voto livre, os cidadãos vão dar com a sua consciência a partir do momento em que começarem a ver as propostas, histórias e trajetórias de cada candidato. Vou continuar defendendo minhas propostas insistindo na ideia de que aqueles que criaram o problema não vão resolvê-lo, só vão agravá-lo", disse.

Sobre o comunicado do Comitê de Direitos Humanos da ONU emitido na sexta-feira (17), solicitando ao Brasil que tome todas as medidas necessárias para que Lula possa exercer seus direitos políticos, enquanto esteja na prisão, Marina declarou que o órgão desconhece a realidade brasileira. Segundo a candidata, a Justiça está atuando de acordo com o ordenamento jurídico e respeitando a Constituição Federal no caso do petista.

Marina Silva criticou a recomendação do comitê da ONU sobre restabelecer direitos políticos de Lula
Marina Silva criticou a recomendação do comitê da ONU sobre restabelecer direitos políticos de Lula
Foto: Marlon Costa / Futura Press / Estadão

"Nosso país vive um processo difícil e traumático e uma boa parte do mundo não sabe o que está acontecendo aqui com os graves problemas de corrupção, o que a Lava Jato revelou e está punindo em parte. Isso é apenas uma recomendação e a Justiça brasileira tem cumprido com tudo aquilo que é necessário numa democracia com o respeito ao mais amplo direito de defesa", disse.

Sobre Bolsonaro, com quem Marina protagonizou um embate durante debate realizado sexta-feira na Rede TV!, classificou o adversário como um exemplo de "retrocesso político daqueles que tem saudosismo do autoritarismo da ditadura". "Os grandes problemas do Brasil não serão resolvidos em um passe de mágica, não vamos acabar, por exemplo, com a violência dando uma arma a cada pessoa para se defender, o problema da violência não é só a Polícia, mas é também justiça econômica e social. O debate tem que ser de ideias e propostas, mas não sem propósitos", declarou.

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