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Márcio França é confirmado candidato do PSB em São Paulo 

O ex-governador é o único postulante além do prefeito que conseguiu formar coligação de partidos

11 set 2020 - 14h19
(atualizado às 14h31)
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Com críticas tanto ao governador do Estado, João Doria (PSDB), quanto ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-governador Márcio França foi confirmado candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSB na manhã desta terça-feira, dia 11, durante evento na Câmara Municipal.

Márcio França faz críticas a Bolsonaro e Doria
Márcio França faz críticas a Bolsonaro e Doria
Foto: Anderson Lira/FramePhoto / Estadão Conteúdo

"Aqui, em São Paulo, nenhum dos dois manda", discursou França, citando Doria e Bolsonaro. O ex-governador poupou o prefeito Bruno Covas (PSDB), seu oponente, de críticas, citando sua proximidade com o falecido avô do mandatário, Mário Covas. Limitou-se a dizer que não concorda com a forma de o prefeito governar por avaliar que a Prefeitura atende a muitas exigências do governo do Estado.

Ao falar do desempenho do governo federal, França citou a recessão e alta do preço do saco de arroz, assunto que tem causado desgaste ao presidente da República. "E, além de tudo, vai o arroz a R$ 40. Daqui a pouco você vai ter que trabalhar o mês todo para comprar um saco de arroz", disse.

Antes, seu filho, o deputado estadual Caio França (PSB), havia feito um discurso em que criticou Doria por associar sua imagem à de Bolsonaro nas eleições de 2018. Atualmente, Doria nega a estratégia e afirma que a campanha "Bolsodoria" foi uma criação de seu eleitorado do interior.

Márcio França também criticou o presidente e o governador por "não ter plano" para a economia. Disse ter elaborado um projeto de investimento emergencial em São Paulo, para ser implementado em janeiro. A campanha se refere à iniciativa como uma espécie de "Plano Marshall para São Paulo", em referência ao plano de recuperação econômica por meio do qual os Estados Unidos ajudaram os países da Europa a se recuperarem após a Segunda Guerra Mundial.

O plano envolve a criação de uma frente de trabalho em que pessoas prestam serviços de zeladoria para a cidade três vezes por semana em troca do recebimento de um auxílio emergencial nos moldes dos R$ 600, pagos pelo governo federal. Uma parte do dinheiro necessário viria da demissão de ocupantes de cargos comissionados na prefeitura.

Durante a coletiva de imprensa após a convenção, França dividiu os candidatos da disputa pela Prefeitura em dois campos: os que estão alinhados ao governo Doria e os que se opõem ao governo. Ele se coloca como o candidato mais forte da oposição a Doria e cita como um dos fundamentos o fato de ter ganhado do rival na cidade de São Paulo quando foi derrotado na eleição em 2018. Além disso, cita a fatia de tempo de Rádio e TV que terá a sua disposição - faixa que só e menor que a de Covas.

Articulador

Com perfil de articulador político, França é o único candidato além de Covas - este capaz de fazer nomeações na Prefeitura -, que conseguiu formar uma coligação no seu entorno. Além de seu partido, o PSB, França conta com o apoio de PDT - que indicou o vice, Antônio Neto -, Solidariedade, Avante e PMN. A colocação deverá assegurar ao candidato cerca de 20% do horário eleitoral gratuito de rádio e televisão, mas os números ainda não foram computados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Covas, que compôs aliança com PP, DEM, PL, PSC, Podemos e Pros, terá cerca de 40% do tempo. O terceiro e o quarto maior tempo de TV ficará com PT (cujo candidato é Jilmar Tatto) e com PSL (que lançou a deputada Joice Hasselmann), que detêm as maiores bancadas federais, com 55 e 41 deputados, respectivamente. Eles terão cerca de 10% do tempo de TV.

"O Celso Russomanno (pré-candidato do Republicanos) é um nome conhecido e disputa com o Bruno", afirmou França, sobre o líder nas pesquisas. "Eu vou disputar a outra faixa com (Guilherme) Boulos, (Jilmar) Tatto, Orlando Silva. Mas eu quero lembrar que, na eleição passada, no primeiro turno, eu tive 23% dos votos na cidade. Com muitos candidatos, quem tiver 20% dos votos aqui em São Paulo estará no segundo turno", argumentou.

Estadão
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