Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) disputam segundo turno em Pernambuco

Disputa entre as candidatas é a única entre duas mulheres no segundo turno das Eleições federais de 2022

2 out 2022 - 22h14

(atualizado em 3/10/2022 às 01h12)

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Combo com imagens dos candidatos ao governo de Pernambuco, da esquerda para direita: Marilia Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra. Fotos: Gustavo Bezerra e Flickr Deputada Raquel Lyra
Foto: Gustavo Bezerra e Flickr Deputada Raquel Lyra / Estadão

A deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) irão para o segundo turno das eleições para disputar o governo do Pernambuco. A votação será no próximo dia 30 de outubro. A candidata teve 23,97% dos votos válidos, enquanto a tucana ficou com 20,58%, segundo apuração das urnas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), neste domingo, 2. Foram registrados 9,49% votos nulos e 4,94% votos brancos, além de 18,21% abstenções.

O embate entre Marília Arraes e Raquel Lyra é o único confronto composto exclusivamente por mulheres, em uma disputa de segundo turno ao Executivo estadual nas Eleições federais de 2022.

Arraes e Lyra disputaram o pleito com outros oito candidatos: Miguel Coelho (União Brasil), Danilo Cabaral (PSB), Anderson Ferreira (PL), Pastor Wellington (PTB), Claudia Ribeiro (PSTU), João Arnaldo (PSOL), Jadilson Bombeiro (PMB) e Jones Manoel (PCB). A candidatura de Ubiracy Olímpio (PCO) foi indeferida pelo TSE.

A deputada do Solidariedade aparecia como favorita em todas as pesquisas de intenção de voto. Em cinco pesquisas realizadas pelo Ipec a pedido da TV Globo, Marília liderava a corrida eleitoral, mantendo vantagem considerável sobre Ferreira e outros adversários. A votação, no entanto, não foi suficiente para a candidata levar a disputa ainda no primeiro turno.

Nas duas primeiras pesquisas, realizadas nos dias 15 e 30 de agosto, Marília manteve 33% das intenções de voto. Na terceira, houve oscilação positiva no percentual, que passou para 38%. A candidata voltou a ter 33% das intenções na quarta pesquisa, feita em 21 de setembro. Por fim, ganhou um ponto na última pesquisa, subindo 34% na última terça-feira, 27.

Já Raquel Lyra começou pontuando 11% na primeira pesquisa, vindo a 15 pontos percentuais no último estudo divulgado no começo da semana. Durante a corrida eleitoral, a candidata ficou tecnicamente empatada com outros três adversários, Miguel Coelho, Danilo Cabral e Anderson Ferreira.

Para a última pesquisa, 1504 pernambucanos foram ouvidos em 57 municípios pelo Ipec. O levantamento divulgado na véspera da Eleição trouxe Arraes com 38% das intenções de votos válidos contra 17% de Lyra, que apareceu empatada com Coelho

Campanha no Estado

Pernambuco teve uma corrida eleitoral disputada entre os postulantes ao Governo Estadual. Apesar da vantagem considerável de Marília Arraes durante a campanha, outros quatro candidatos disputaram a segunda posição das intenções de voto, deixando a disputa para vaga no segundo turno em aberto até a reta final.

Apesar da concorrência, o Estado teve período eleitoral tranquilo, sem registro de violência ou escândalos, com forte aderência dos candidatos a campanhas digitais. O Tribunal Superior Eleitoral recebeu 3215 denúncias de propaganda eleitoral irregular durante a corrida. O município onde houve maior número de denúncias foi a Capital, Recife, com 1165 apontamentos de irregularidades através do sistema Pardal do TSE.

A Polícia Militar (PM) de Pernambuco enviou, na sexta-feira, 30, agentes para reforçar a segurança no interior do estado durante as eleições. Ao todo, 1.563 policiais militares foram escalados como diárias extras e embarcaram no Recife.

O Estado tem 18 polos e 122 zonas eleitorais distribuídos entre os 184 municípios e em Fernando de Noronha. Os policiais militares que embarcaram em sete ônibus no Quartel do Derby, na região central da capital, reforçaram as equipes que atuam em cidades da Zona da Mata, Agreste e Sertão do estado até Salgueiro. Os outros municípios receberam tropas que saíram de Petrolina, no Sertão, segundo a PM.

Sobre Marília Arraes

A deputada federal Marília Arraes, de 38 anos, é natural de Recife e possui berço na política. Ela é neta do ex-governador Miguel Arraes, prima do ex-governador Eduardo Campos e sobrinha da ex-deputada e atual ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes.

Marília cursou o primeiro período de Administração e é formada em Direito. A advogada é casada com André Cacau, ex-vereador do município de Salgueiro (PE), com quem tem uma filha.

Arraes se filiou ao PSB em 2005 e atuou na gestão de Eduardo Campos no Estado. Foi eleita vereadora de Recife em 2008 e, durante seu mandato, presidiu as Comissões de Políticas Públicas da Juventude e de Legislação e Justiça. Marília foi reeleita em 2012 à Câmara do município.

Após deixar o Legislativo para atuar na gestão de Geraldo Júlio, voltou à Câmara de Recife em 2014. Depois de se desfiliar do PSB, se elegeu para um terceiro mandato, desta vez pelo PT.

Em 2018, deixou o legislativo municipal para concorrer a uma vaga no Congresso Nacional, conquistando o cargo de deputada federal com votação expressiva. Em março de 2020, deixou o PT para concorrer ao Governo de Pernambuco pelo Solidariedade.

Sobre Raquel Lyra

Lyra também possui origem familiar na política. Seu pai, João Lyra Neto, e seu avô, João Lyra Filho, foram prefeitos de Caruaru (PE) e seu tio, Fernando Lyra, foi Ministro da Justiça durante a gestão de José Sarney. Pós-graduada em Direito, Raquel, de 43 anos, é casada e tem dois filhos.

Em 2002, Raquel assumiu o cargo de delegada da Polícia Federal, onde permaneceu até 2005. Também atuou como chefe da Procuradoria de Apoio Jurídico e Legislativo do governo de Eduardo Campos.

Raquel foi eleita deputada estadual de Pernambuco em 2010, sendo reeleita em 2014. Como deputada, chegou a presidir a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Em 2016, assim como seu pai e avô, foi eleita prefeita de Caruaru. Primeira prefeita mulher do município, foi reeleita em 2020, abrindo mão do cargo para concorrer ao Executivo estadual nas Eleições federais de 2022.