MT: candidato quebra uma mandioca em horário político
Um candidato a deputado federal pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS) em Mato Grosso chamou a atenção no programa eleitoral exibido pela televisão nesta terça-feira ao quebrar uma mandioca em sinal de protesto.
Antônio Lúcio de Oliveira Neto, de 69 anos, que pela sexta vez se lança como candidato, alega ter feito isso para chamar a atenção dos eleitores e para destacar suas propostas. “Foi pedaço de mandioca para todo lado”, comenta o candidato, que herdou o apelido da família.
Desde 1800, parentes dele eram plantadores do tubérculo na Bahia. “Quando vieram para Mato Grosso, na década de 1920, o pessoal falava assim: chegaram os mandioqueiros. Um tio meu, que era muito brincalhão, pediu para nos chamar de mandioca mesmo. Virou uma espécie de sobrenome”.
Mandioca é casado e tem dois filhos, um advogado e um administrador de empresas. Aposentado pela Secretaria de Estado da Fazenda, como fiscal, há duas décadas que alimenta o sonho de conquistar uma vaga eletiva. Já saiu uma vez para vereador, duas vezes para deputado estadual e essa é a segunda que pleiteia uma vaga no Congresso Nacional. Em todas as eleições, soma cerca de 50 mil votos, menos do que a quantidade necessária para se eleger para a Câmara dos Deputados, 80 mil. Porém Mandioca está esperançoso. “Já apareço em algumas pesquisas”, assegura.
As principais propostas de Mandioca são executar um programa de distribuição de água por gravidade, criar o Programa do Dinheiro Vivo (PDV) e um Batalhão Agrícola no Exército.
Ele explica que a distribuição de água seria feita da Usina de Manso, que fica no alto, até a região metropolitana de Cuiabá. “Esse projeto é tão bom que está registado em cartório, com assinatura de engenheiros e outros especialistas. Há 20 anos que venho apresentando essa proposta”, explica Lúcio Mandioca.
Quanto ao PDV, ele, que é fiscal do Estado aposentado, assegura que colocaria todo o povo fiscalizando o pagamento de impostos a custo zero. “Tudo que a pessoa comprasse pegaria nota fiscal. No final do mês, iria à Secretaria da Fazenda com as notas em mãos para trocar por dinheiro vivo. De 20% a 30% do imposto ficaria com o cidadão e o restante com o Estado".
Já o Batalhão Agrícola seria uma espécie de escola, dentro do Exército, formadora de soldados qualificados para dar apoio à reforma agrária. “Quando o governo fizer a reforma agrária, não vai ter como manter sem-terra nos assentamentos, a não ser com o apoio dos soldados agrícolas”, defende.
Mandioca neles!
“Não me incomodo em ser visto como um bizarro porque quando a pessoa me conhece sabe que tenho propostas e boas propostas, tanto é que tem gente querendo roubá-las e isso já até aconteceu”, reclama. Quem for contra suas propostas, o candidato já avisa: “é mandioca neles!”.
A ideia de quebrar a mandioca durante o programa eleitoral foi do tesoureiro do PHS no Estado, José Muvuca, que é candidato a governador. “Sou o marqueteiro dele e falei para ele fazer isso para chamar a atenção mesmo”, admite.
A candidatura de Muvuca não foi aceita pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) por falta de prestação de contas de suas campanhas anteriores, em 2010, quando foi candidato a deputado federal e de 2012 quando disputou o cargo de vereador de Cuiabá pelo DEM. O candidato recorreu duas vezes ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que manteve a decisão. Muvuca agora entrou com novo recurso. “Nós, pequenos, temos que lutar como a gente pode até o fim e é o que vamos fazer”, justifica.