Meirelles quer acabar com suposta "ideologização" do ensino
Pré-candidato do MDB à Presidência nas eleições 2018 disse que também pretende valorizar a meritocracia e o desempenho dos alunos
Pré-candidato do MDB à Presidência da República nas eleições 2018, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, ao abordar políticas propostas em educação, disse nesta segunda-feira (30) que pretende acabar com a suposta "ideologização" do ensino, não apenas na escolha dos professores, mas também na definição do currículo escolar.
"Criamos um sistema onde o estudante tem o direito de ser promovido. Ele tem o direito de aprender e para isso tem que estudar. Temos que cobrar desempenho e dar condições materiais e de treinamento aos professores", comentou o emedebista durante debate ao lado dos também pré-candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e João Amoêdo (Novo) promovido pelo Centro de Liderança Pública (CLP), instituição que oferece cursos em gestão pública.
Meirelles citou o Ceará como exemplo de sucesso por fazer não apenas investimentos na área, mas também valorizar a meritocracia e o desempenho dos alunos. Ele disse que, caso seja eleito, vai dar prioridade à educação de base, ao ensino profissionalizante e vincular os repasses do governo federal a escolas municipais ao desempenho delas - ou seja, quanto melhor for o desempenho, maior será o repasse.
Alckmin planeja uma "grande expansão" do ensino técnico e tecnológico
O ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à sucessão presidencial, disse que seu plano de governo na área de educação prevê uma "grande expansão" do ensino técnico e tecnológico. A ideia, segundo Alckmin, a expansão da rede de ensino público nessas duas áreas deve considerar a vocação econômica de cada região do País.
No evento, ele disse que os investimentos em educação devem dar prioridade ao ensino básico, citando que cada crescimento de 50 pontos do País na avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Alunos representa um aumento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em caráter permanente.
O tucano elogiou a reforma do ensino médio feita pelo governo de Michel Temer, ao considerar que a medida foi feita de forma correta para evitar a evasão escolar com a maior atratividade dos cursos por dar a possibilidade de os alunos escolherem os cursos. O ex-governador considerou que o País já deu um grande passo ao universalizar o acesso aos ensinos fundamental e médio.
"Já temos mais vagas do que alunos. Sou otimista em relação à educação porque está diminuindo o número de alunos e o per capita [investimento por aluno] se mantém em razão de mudança demográfica. O Brasil era um país jovem, hoje é um país maduro, caminhando para ser um país idoso".
Se eleito presidente nas eleições 2018, Amoêdo pretende dar prioridade ao ensino básico
Pré-candidato do partido Novo à Presidência da República, João Amoêdo disse que seu programa de governo na área de educação se sustenta em três eixos.
O primeiro eixo prevê uma inversão de prioridade, colocando mais recursos em ensino básico do que no superior. O segundo enfrenta o problema de gestão das escolas, o que envolve acabar com a indicação política de diretores e permitir parcerias com escolas privadas na gestão de instituições públicas, assim como a possibilidade de alunos mais pobres estudarem em escolas privadas.
Por fim, Amoêdo disse que é preciso valorizar e mudar o currículo dos professores. "No Brasil, dois terços das cadeiras [na formação dos professores] estão ligadas ao ensino teórico e um terço à metodologia de ensino. Isso nos dá uma pista de onde devemos atuar", declarou Amoêdo em debate com os também pré-candidatos Henrique Meirelles (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB). "Não é apenas inaugurar escolas", acrescentou.