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Os "melhores momentos" do debate da Globo para presidente

Dobradinhas, ataques contra Haddad e críticas a Bolsonaro por ausência; confira destaques do último encontro na TV antes do 1º turno

5 out 2018 - 01h44
(atualizado às 07h24)
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A TV Globo realizou nesta quinta, 4, o último debate com os candidatos a presidente da República nas eleições 2018. Sete dos 13 presidenciáveis estiveram presentes: Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede).

Candidatos posam para foto antes do debate começar
Candidatos posam para foto antes do debate começar
Foto: Marcello Dias / Futura Press

Jair Bolsonaro (PSL) não participou do debate na Globo. O candidato recebeu alta do Hospital Albert Einstein no dia 28 de setembro, mas segue se recuperando em casa do atentado sofrido em Juiz de Fora (MG) e recebeu orientações médicas para não estar no encontro. Na pesquisa Datafolha publicada nesta quinta, 4, o presidenciável cresceu três pontos e permaneceu isolado na liderança com 35% das intenções de voto.

Cabo Daciolo - que participou dos debates na Band, RedeTV!, SBT e Record - também não esteve no debate da Globo. O candidato do Patriota não foi convidado e chegou a pedir no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que a emissora fosse obrigada a convidá-lo, mas teve a solicitação rejeitada.

Os candidatos responderam ao longo do debate temas como custo do Brasil, legislação trabalhista, saúde e corrupção. Henrique Meirelles e Ciro Gomes foram os que mais ficaram frente a frente no centro do estúdio, em quatro oportunidades. Além disso, Fernando Haddad optou por chamar apenas Ciro Gomes e Guilherme Boulos para o embate. O candidato do PSOL foi também o que mais enfrentou Geraldo Alckmin.

Ciro Gomes (PDT) estava descontraído antes do debate começar
Ciro Gomes (PDT) estava descontraído antes do debate começar
Foto: Marcello Dias/Futura Press / Futura Press

Veja abaixo os melhores momentos e as melhores frases do debate na Globo:

Dobradinha Ciro-Marina

Ciro Gomes e Marina Silva seguiram as tendências de seus programas na TV e reservaram o primeiro momento do debate da Globo para atacar Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. O candidato do PDT relembrou da disputa entre Aécio Neves e Dilma Rousseff em 2014 para perguntar se a presidenciável da Rede acreditava que o próximo eleito conseguiria governar o País.

"O voto pode ser usado para melhorar saúde, educação, o sistema político, que está degradado. A permanecer essa guerra que alguns votam por medo do Bolsonaro e por medo do Haddad, ou estão votando porque tem raiva um do outro, o Brasil vai ficar quatro anos vivendo uma situação de completa instabilidade econômica, política e social", disse Marina.

Na dobradinha, Ciro elogiou as palavras de Marina e disse que elas "deveriam ser ouvidas". O presidenciável endossou o discurso contra polarização. "Não acredito nessa tentativa de fazer com que as eleições sejam um plebiscito até o dia 7 de outubro", afirmou.

Bolsonaro "amarelou"

Mesmo de fora do debate da Globo, Jair Bolsonaro foi um dos principais alvos dos adversários. Em diversas oportunidades, os presidenciáveis atacaram o candidato do PSL por sua ausência mesmo depois de receber alta.

Marina Silva chegou a afirmar, pelo menos duas vezes, que Bolsonaro "amarelou" e em uma delas foi aplaudida pela plateia. Ela mencionou que o capitão reformado concedeu uma entrevista para a Record TV que foi exibida no mesmo horário do debate da Globo.

Quem também lembrou da entrevista para a outra emissora foi Ciro Gomes. A ausência de Bolsonaro chegou a ser tema de uma de suas perguntas para o candidato Henrique Meirelles.

"Ditadura nunca mais"

Fernando Haddad escolheu Guilherme Boulos para fazer sua primeira pergunta, mas mirou em Jair Bolsonaro. O petista tentou associar o candidato do PSL ao presidente Michel Temer e perguntou o que o representante do PSOL pensava sobre isso.

A resposta de Boulos veio em tom de "desabafo". Sem citar Jair Bolsonaro, ele afirmou que a campanha eleitoral deste ano é marcada pelo ódio.

"Faz 30 anos que esse País saiu de uma ditadura. Muita gente morreu, muita gente foi torturada. Tem mãe que não enterrou o filho até hoje. Faz 30 anos, mas acho que nunca estivemos tão perto disso que aconteceu naquele momento", disse Boulos. "Não quero que minhas filhas cresçam num País com uma ditadura. Sempre começa assim. Arma, tudo se resolve na porrada e a vida do ser humano não vale nada. Temos que dar um grito nesse momento: ditadura nunca mais", completou.

Ao final de sua manifestação, Boulos foi aplaudido pela plateia que acompanhava o debate na Globo presencialmente.

Autocrítica do PT

Um dos embates mais intensos foi travado entre Marina e Haddad. A candidata da Rede perguntou ao petista se ele tinha alguma autocrítica sobre a contribuição do partido para o momento do País.

O ex-prefeito de São Paulo respondeu que ele representava um projeto que já deu certo no País e, na réplica, Marina o atacou.

"É lamentável que você não reconheça nenhum dos erros. Você tem agora a oportunidade de olhar para o povo, reconhecer os erros e não faz. Como se pedir desculpas, reconhecer erros, fosse um problema. Não é. "O Brasil está à beira de ir ao esgarçamento sem volta, entre sua candidatura e do Bolsonaro", disse a candidata da Rede.

Na tréplica, Haddad chegou a subiu o tom de voz para rebater a adversária.

"Eu dou entrevistas reconhecendo erros. Mas não vou jogar a criança com a água do banho. Tenho duas obsessões na vida. Eu vivo de salário, Marina. Sou professor universitário. Tenho ética, tenho história, tenho uma vida pública sem nenhum reparo", afirmou o petista.

Haddad durante debate da Globo
Haddad durante debate da Globo
Foto: Marcello Dias / Futura Press

Boulos X Meirelles

Outro momento de tensão foi protagonizado por Boulos e Meirelles, que reeditaram discussões de debates anteriores. O representante do PSOL perguntou como como o candidato do MDB pode dizer que combate a corrupção se faz parte da "turma do Temer".

Na resposta, o ex-ministro da Fazenda disse que nunca foi alvo de nenhuma denúncia e rebateu o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) afirmando que não pretendia criar um "movimento dos sem processos". O emedebista também repetiu uma das frases de sua campanha: "eu divido o Brasil por quem trabalha pelo País e por quem não trabalha".

Irritado, Boulos retrucou e disse que achava estranho o adversário falar em trabalho. "Você é banqueiro e banqueiro não trabalha", disse o psolista.

"Muito prazer, William Bonner"

Feliz por estar nos estúdios da TV Globo, Alvaro Dias homenageou a emissora e o jornalista William Bonner, que mediava o debate, em sua primeira fala. O candidato do Podemos, contudo, acabou se perdendo para fazer sua pergunta e não conseguiu formular uma questão dentro do tempo cronometrado. Relembre abaixo o diálogo:

Dias: finalmente estou aqui nesse grande palanque eletrônico no País. O maior de todos posso dizer. Muito prazer, William Bonner. Eu o vejo pessoalmente pela primeira vez. Outros tiveram o privilégio antes e estiveram aqui muitas vezes e derramaram sua enxurrada de propostas. Hoje eu gostaria de fazer uma pergunta ao candidato do PT, mas ele está preso em Curitiba.

Bonner: Candidato, acabou seu tempo. Eu tenho que interrompê-lo. Perdão. O senhor ultrapassou o seu tempo.

Dias: É que eu quis fazer uma saudação especial, William Bonner

Bonner: Eu agradeço. Candidato Meirelles, o senhor tem um minuto e meio.

Dias: Eu acho ótimo, acho ótimo.

Gafes de Bonner

Após ser tietado por Alvaro Dias, Marina Silva e Ciro Gomes brincaram com o apresentador William Bonner depois do jornalista esquecer de sortear os temas para os embates. No primeiro momento, a candidata da Rede riu, em tom de descontração, após alertar para o erro de Bonner, que pediu desculpas pelo esquecimento.

Em outra rodada, Ciro Gomes perguntou ao apresentador se não teria mais tema. "Ah é", respondeu Bonner, seguido por risadas da plateia.

Gomes: Acabei de merecer ganhar seu voto.

Bonner: O senhor foi mais rápido que o meu ponto eletrônico.

Gomes: É assim que pretendo governar o país.

Bonner: Segurança é o tema da próxima pergunta. Agora sim, por favor. E perdão mais uma vez, tem uma hora que o cansaço bate.

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