Moraes diz que Justiça Eleitoral cumpriu papel e exalta segurança da eleição
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirmou neste domingo, ao final da apuração das urnas que apontou a realização de um segundo turno nas eleições presidenciais entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que a Justiça Eleitoral cumpriu seu papel de garantir segurança e transparência ao pleito.
A reafirmação sobre a confiabilidade e a transparência do processo eleitoral ocorrem em meio a sistemáticos questionamentos vindos principalmente de Bolsonaro e de seus apoiadores, sem a apresentação de provas.
"Chegamos ao final deste dia com a certeza de que a Justiça Eleitoral cumpriu, novamente, a sua missão constitucional de garantir segurança e transparência nas eleições", disse Moraes, quando as urnas apuradas já apontavam cenário matematicamente definido de segundo turno entre Bolsonaro e Lula na disputa pelo Planalto.
Para o presidente da corte, o sistema "é seguro e sempre foi seguro" e as urnas eletrônicas "representam exatamente, no boletim de urna, a vontade popular que foi digitada em cada uma das seções eleitorais".
"Já estamos com aproximadamente 99% das seções totalizadas e aguardamos, para iniciar essa coletiva, a eleição matematicamente decidida para o segundo turno. A eleição para presidente da República matematicamente já está definido que haverá segundo turno", acrescentou Moraes.
Mais cedo, o presidente do TSE havia dito que as eleições estavam transcorrendo dentro da normalidade, incluindo as filas e ocorrências registradas ao redor do país e no exterior.
"A votação vem sendo realizada de maneira tranquila, harmoniosa, os eleitores se dirigindo normalmente às zonas eleitorais", disse ele a jornalistas em Brasília na ocasião.
Questionado se ocorrências registradas neste domingo têm relação com um clima de maior tensão nas eleições, Moraes descartou. "Intercorrências ocorrem em todas as eleições... agora nada fora do normal", disse ele, reafirmando que o clima está "absolutamente tranquilo".
Mais cedo, a Polícia Militar de São Paulo afirmou que um atirador deixou dois policiais feridos em uma zona eleitoral na capital paulista. Outras ocorrências foram registradas, como o caso de um eleitor em Portugal que votou no lugar de outra pessoa.
Moraes destacou que filas são normais, especialmente no horário pré-almoço, e que não é possível afirmar que elas se devem à biometria.
BIOMETRIA E OCORRÊNCIAS
Este ano a Justiça Eleitoral ampliou o teste de integridade das urnas feito há 20 anos e passou a incluir a biometria em um projeto-piloto, em atendimento a uma sugestão das Forças Armadas.
Moraes disse que, do ponto de vista operacional, o projeto-piloto com a biometria no teste de integridade das urnas foi "um sucesso", mas que ainda seria analisado do ponto de vista da efetividade em garantir uma maior segurança do sistema.
O presidente do TSE votou em São Paulo pela manhã.
A decisão de realizar o projeto-piloto com a biometria foi tomada pela corte, por unanimidade, em meio a críticas de Bolsonaro ao sistema de votação por meio das urnas eletrônicas.
Em 26 anos de adoção das urnas eletrônicas desde a primeira eleição com o equipamento, em 1996, nunca houve um caso sequer comprovado de fraude no sistema de votação. Tanto o TSE quanto especialistas independentes asseguram a segurança do sistema eleitoral brasileiro.