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Moraes diz que teste de urna convencional e modelo proposto por militares tiveram 100% de aprovação

Presidente do TSE já havia dito que os testes realizados nas urnas foram um 'sucesso total'; projeto piloto do teste de integridade dos dispositivos de votação foi realizado em 19 Estados e no Distrito Federal após pressão das Forças Armadas

6 out 2022 - 13h16
(atualizado às 19h16)
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BRASÍLIA - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirmou na sessão desta quinta-feira, 6, que o projeto-piloto do teste de integridade das urnas teve "100% de aprovação". Na última terça-feira, 4, Moraes já havia dito que os testes dos dispositivos foram um "sucesso total". O novo modelo de testagem com a participação de eleitores, realizado simultaneamente com o método tradicional feito nos Tribunais Regionais Eleitorais, foi proposto pelas Forças Armadas após um longo embate com o TSE.

"Foi realizado como em todas as eleições. Todos se recordam que, em vez das 100 urnas tradicionais, realizamos em 641. E como só poderia acontecer, todas as urnas conferiram os votos dados com os votos dados em papel. Lembrando que o teste de integridade é filmado integralmente para comparar os votos em papel, que são preenchidos anteriormente, e digitados no momento do teste de integridade pelos servidores da Justiça Eleitoral", disse Moraes.

A Corte deve disponibilizar os resultados dos teste ainda nesta quinta-feira. Moraes voltou a repetir que o procedimento foi bem sucedido depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) colocar novamente em xeque a confiabilidade das urnas eletrônicas, mesmo que sem apresentar provas. Em transmissão ao vivo, ele disse que a apuração deste ano apresentou problemas semelhantes aos registrados na eleição de 2014. Naquele ano, porém, não foi constatada nenhuma irregularidade. O candidato Aécio Neves (PSDB) contestou o resultado após ser derrotado para a ex-presidente Dilma Rousseff, mas auditorias externas não identificaram sinais de manipulação dos resultados.

"Tivemos sucesso total no teste de integridade, com as 641 urnas, e no projeto-piloto do teste de integridade com biometria nas 58 urnas que foram testadas em 19 Estados e no Distrito Federal", afirmou Moraes na última terça-feira.

O presidente do TSE disse que eleitores demonstraram "maturidade democrática" ao votar, mas índice de abstenção, de 20,95%, continua alto.
O presidente do TSE disse que eleitores demonstraram "maturidade democrática" ao votar, mas índice de abstenção, de 20,95%, continua alto.
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O teste de integridade consiste num procedimento filmado no qual servidores da Justiça Eleitoral digitam nas urnas eletrônicas os votos registrados em cédulas de papel preenchidas pelos partidos. O procedimento é realizado há mais de 20 anos com o objetivo de atestar que o voto do eleitor é reproduzido fielmente nas urnas. Neste ano, porém, passou a ser alvo de contestações do Ministério da Defesa.

Os militares exigiram o uso da biometria de eleitores como uma medida necessária para evitar que servidores da Justiça Eleitoral fraudassem o procedimento ou que as urnas fossem alvo de um código malicioso na votação, como antecipou o Estadão. As duas teses nunca chegaram a ser comprovadas pelas Forças Armadas. O teste a pedido da Defesa foi realizado em 58 urnas distribuídas em 19 Estados e no Distrito Federal.

"Participaram 493 voluntários. Da mesma forma, não houve nenhuma divergência. Cem por cento de aprovação do teste de integridade com biometria", disse Moraes. "Vinte anos de absoluta lisura das urnas eletrônicas, com comprovação imediata pelo teste de integridade", completou.

No domingo, a reportagem esteve na seção eleitoral de Brasília em que o teste foi realizado. O procedimento foi acompanhado por dois oficiais das Forças Armadas à paisana, dois servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), agentes de uma empresa de auditoria externa contratada pelo TSE e diversos observadores eleitorais. No mesmo dia, o ministro ainda afirmou que "do ponto de vista operacional, (o teste) foi um sucesso. Não houve nenhuma intercorrência. Vamos agora analisar se, do ponto de vista de aumento da transparência, é necessário".

Estadão
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