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Moraes remove publicações e proíbe Janones de associar Roberto Jefferson a Bolsonaro

Presidente do TSE disse que Janones compartilhou informações falsas e descontextualizadas para tentar ligar o presidente Jair Bolsonaro ao atentado a tiros contra a PF cometido por Roberto Jefferson

24 out 2022 - 12h00
(atualizado às 13h26)
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O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes
O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes
Foto: Divulgação/TSE / Estadão

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou nesta segunda-feira, 24, a remoção das redes sociais de sete publicações realizadas pelo deputado federal André Janones (Avante-MG), que associou o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao atentado contra agentes da Polícia Federal (PF) cometido ontem, 23, pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). O magistrado ainda impôs multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento da decisão.

Segundo Moraes, as postagens realizadas por Janones "se descolam da realidade, por meio de inverdades e suposições, fazendo uso de recortes e encadeamentos inexistentes, com o intuito de induzir o eleitorado negativamente, a crer que Roberto Jefferson seria o coordenador de campanha de Jair Messias Bolsonaro e que o candidato teria manifestado apoio aos atos criminosos cometidos" na tarde de ontem pelo ex-deputado do PTB.

A Coligação Pelo Bem do Brasil, que apoia Bolsonaro à reeleição, apresentou a ação no TSE ainda no último domingo, com acusações de que Janones, "de forma vil e com o intuito de se aproveitar de uma situação abominável para angariar votos", propagou informações sabidamente falsas contra o presidente.

Janones publicou em seus perfis no Twitter e no Instagram que Bolsonaro teria saído em defesa de Roberto Jefferson após o ataque a tiros aos oficiais da PF e que o ex-parlamentar seria um dos "coordenadores informais" da campanha do presidente à reeleição. Ao analisar o caso nesta segunda, Moraes afirmou que as postagens de Bolsonaro sobre o episódio "são em sentido contrário" ao afirmado pelo deputado, o que evidenciaria uma tentativa de "desinformar o eleitorado sobre a posição" do chefe do Executivo num caso de repercussão nacional.

"A afirmação é resultante de interpretação descontextualizada, desprovida de respaldo concreto no conteúdo de sua fala, de modo que o referido apoio de Jair Messias Bolsonaro aos atos criminosos cometidos por Roberto Jefferson em 23/10/2022 decorre de fato sabidamente inverídico e de narrativa manipulada, o que não pode ser tolerado por esta CORTE, notadamente por se tratar de notícia falsa divulgada durante o 2º turno da eleição presidencial", argumentou Moraes.

Roberto Jefferson foi em flagrante preso na tarde de ontem após resistir a um mandado de prisão expedido por Moraes e atirar contra viaturas da PF designadas para cumprir a ordem judicial. O ex-parlamentar ainda lançou granadas de efeito moral contra os agentes federais. A ação foi repudiada por políticos governistas e de oposição, além de ter sido visto como uma tentativa de incitar grupos radicais ligados ao governo a resistir eventuais ordens do TSE nesta reta final das eleições.

Estadão
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