Moro afirma que a Polícia Federal 'não é mais a mesma'
Pré-candidato à Presidência, ex-juiz diz que ninguém é 'preso hoje por corrupção' ao comentar queda dos números durante governo Bolsonaro
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - O pré-candidato à Presidência pelo Podemos, Sérgio Moro, reforçou o discurso anticorrupção em seu segundo dia de visita ao interior de São Paulo. Em São José do Rio Preto, o ex-juiz afirmou nesta terça-feira, 1º, que a Polícia Federal "não é mais a mesma da Lava Jato" ao ser questionado sobre o número em queda de prisões por corrupção no País. "Ninguém no Brasil é preso hoje por corrupção. E isso é inaceitável", disse.
Hoje, o Estadão mostrou que as prisões por corrupção têm o menor patamar em 14 anos. A queda ocorre desde 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu o Palácio do Planalto. Moro foi ministro da Justiça de 2019 a abril de 2020, quando rompeu com Bolsonaro, acusando o governo de interferir na Polícia Federal. Segundo ele, o Brasil "está brincando com o abismo", em referência aos líderes nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro.
Agenda
Pela manhã, Moro visitou Hospital de Base do município. Ele foi recebido por diretores, lideranças e profissionais da instituição, que tem 85% do atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O ex-juiz participou de duas reuniões fechadas. Uma delas com lideranças do setor do agronegócio, em um condomínio de alto padrão, e outra com empresários da construção, em um restaurante.
À tarde, acompanhado da presidente nacional do Podemos, deputada federal Renata Abreu, Moro visitou a sede regional do Republicanos, partido aliado de Bolsonaro e ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. Ele foi recebido pelo presidente da legenda na cidade, Diego Polachini, o coordenador regional Cléber Tavares e a coronel Helena Reis, pré-candidata a deputada estadual.
Durante evento da Lide Noroeste Paulista, à noite, em entrevista coletiva, Moro afirmou que a "aglutinação" da chamada terceira via "vira", mas que "o primeiro passo é fazer a união com a sociedade civil" e que "as eleições não se resolvem em gabinetes de Brasília, mas conversando com as pessoas na rua. A partir daí, a gente cresce e as alianças vem naturalmente".