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Moro deixa Podemos e deve desistir da candidatura à Presidência

Ex-ministro foi apresentado como pré-candidato presidencial, mas enfrentou resistências no partido

31 mar 2022 - 10h38
(atualizado às 10h49)
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O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro discursa ao oficializar sua filiação ao Podemos
O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro discursa ao oficializar sua filiação ao Podemos
Foto: Dida Sampaio / Estadão

O ex-ministro Sergio Moro informou à presidente do Podemos, Renata Abreu, que deixará o partido. Ele foi convidado a ir para o União Brasil para ser candidato a deputado federal. Moro foi apresentado como pré-candidato presidencial, mas enfrentava resistências no Podemos, sobretudo dos deputados federais, que resistem a ceder a quantia do fundo eleitoral para a campanha ao Palácio.

"Saiu oficialmente, comunicou a presidente do partido, Renata Abreu, agora cedo", disse ao Estadão o senador Jorge Cajuru (Podemos-GO). "Ele está querendo um partido com estrutura financeira, que o Podemos não tem. O Podemos tem uma coisa melhor que estrutura financeira, tem credibilidade, tem um Álvaro Dias no quadro como líder", afirmou Kajuru.

Moro tem aliados no União Brasil, como os deputados Júnior Bozzella (SP) e Kim Kataguiri (SP), mas uma ala de caciques oriundos do DEM, comandada pelo secretário-geral da legenda, ACM Neto, e pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, não querem tê-lo como candidato a presidente.

Segundo o Estadão ouviu de integrantes do partido, a condição imposta a eles para Moro entrar na sigla foi ser candidato a deputado federal. A reportagem tentou entrar em contato com o ex-juiz por meio da assessoria, mas não obteve retorno.

Reviravolta

O ex-juiz da Lava Jato esteve com o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, na segunda-feira, 28, e os dois debateram sobre a possibilidade de unificar as candidaturas de terceira via. O União Brasil, partido que foi originado da fusão do PSL com o DEM, mantém diálogos constantes com o PSDB e o MDB para tentar apresentar uma candidatura única alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Outra reviravolta importante dentro do grupo aconteceu com a decisão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de desistir de participar da eleição presidencial. O paulista inclusive manifestou o desejo de sair da legenda. Doria tem sido alvo de uma forte oposição interna no PSDB, que quer que Eduardo Leite (PSDB), recentemente saído do governo do Rio Grande do Sul, seja a opção presidencial. No MDB, a pré-candidatura apresentada é a da senadora Simone Tebet (MS). A aliados, a parlamentar se mostrou otimista com a crise tucana e vê chance de o MDB liderar a candidatura da terceira via.

Estadão
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