Moro mira apoio de militares e convida generais em filiação
Um dos convidados é o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que foi ministro de Bolsonaro
Na sua movimentação no xadrez político de 2022, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro pretende ampliar sua aproximação com os militares. Ele já começou a convidar generais para a cerimônia de sua filiação ao Podemos, no próximo dia 10. Um dos convidados é o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência, mas, segundo pessoas próximas de Moro, outros oficiais de alta patente também serão chamados para o evento de filiação.
Assim, Moro mira setor que é um dos pilares de sustentação do governo de Jair Bolsonaro. E a aproximação é recíproca por parte de alguns militares, que têm sinalizado disposição de apoiar a candidatura do ex-juiz, caso se confirme. Entre os bolsonaristas, essa aproximação é vista com preocupação, já que poderia evidenciar uma certa insatisfação do setor com o presidente.
No caso de Santos Cruz, o relacionamento com Moro e com o Podemos deve ser até maior. Ele tem convite para se filiar à legenda e disputar as próximas eleições - o Senado é uma possibilidade. Mas o general, que deixou o governo e se tornou um crítico de Bolsonaro, tem também convite de outros partidos para se filiar e não descarta inclusive disputar a Presidência.
A solenidade de filiação de Moro terá também a presença de outros pré-candidatos da chamada terceira via. Moro convidou o governador de São Paulo, João Doria, e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Doria já confirmou que vai comparecer ao evento, mas tem dito a aliados que avalia que Moro não será candidato ao Planalto. Mandetta também deve confirmar presença na filiação.
Apesar de comparecerem, os dois não devem fazer discursos no evento. No dia 30 de setembro, os três jantaram juntos em São Paulo e têm conversado com frequência sobre a necessidade de se criar uma alternativa política consistente para romper a polarização indicada nas pesquisas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Bolsonaro.