Mourão nega aval a Lula e diz que retorno do PT 'trará retrocessos'
No Twitter, Hamilton Mourão negou que esteja 'abrindo a porta dos quartéis para Lula e PT'; dias antes, o vice-presidente da República garantiu em entrevista que as Forças Armadas não iriam intervir nas eleições
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) foi às redes sociais neste domingo, 13, para reiterar oposição à pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência. O general vinha recebendo críticas de apoiadores do governo desde a semana passada por ter afirmado, no último dia 9, que as Forças Armadas não rejeitariam uma vitória do ex-presidente. Segundo ele, quem pensa que, ao fazer essa declaração, ele estaria "abrindo a porta dos quartéis para Lula e o PT" desconhece a sua história e o papel das Forças Armadas.s
"Continuo firme, afirmando que o governo do PT foi catastrófico para o Brasil e que o retorno ao poder trará retrocessos", completou.
Quem pensa que estou abrindo a porta dos quartéis para Lula e PT, desconhece a minha história e o papel das Forças Armadas, em especial do Exército Brasileiro. Continuo firme, afirmando que o governo do PT foi catástrofico para o Brasil e que o retorno ao poder trará retrocessos.
— General Hamilton Mourão (@GeneralMourao) March 13, 2022
Em entrevista ao portal Metrópoles na quarta-feira passada, Mourão afirmou que a atuação do Exército tem se mantido dentro de seus limites e deveres constitucionais, e que isso não mudaria com uma eventual vitória do petista nas urnas. "As Forças Armadas não se meteram em nenhum processo eleitoral. Fomos aí, ao longo de 12 anos, 13 anos, governados pela esquerda, pelo PT, sem problema nenhum", disse ele.
No campo bolsonarista, a afirmação foi interpretada como sinalização de apoio à esquerda. As "suspeitas" nessa direção ganharam força graças ao afastamento entre o general e o presidente Jair Bolsonaro (PL) — na mesma entrevista, Mourão disse que sua relação com o chefe do Executivo é "protocolar" e que já sabe que não estará na chapa do mandatário este ano. Recém-filiado ao Republicanos, o vice-presidente pretende disputar o Senado pelo Rio Grande do Sul.