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MP avalia reabrir caso contra segurança de Marçal por morte de piloto ameaçado pelo PCC; entenda

Novo laudo não encontrou vestígios de pólvora nas mãos do piloto Felipe Ramos, o que levanta dúvidas sobre versão de PMs de legítima defesa

29 ago 2024 - 17h58
(atualizado às 18h08)
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Tenente-coronel Edson Melo, conhecido como Edson Raiado, atualmente trabalha como segurança do empresário e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB)
Tenente-coronel Edson Melo, conhecido como Edson Raiado, atualmente trabalha como segurança do empresário e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB)
Foto: Reprodução/Instagram:@coroneledsonraiado

O Ministério Público de Goiás (MPGO) avalia a possibilidade de reabrir o inquérito que investiga suposto homicídio seguido de confronto forjado durante operação liderada pelo tenente-coronel Edson Melo, conhecido como Edson Raiado, que atualmente trabalha como segurança do empresário e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB). A informação foi revelada pelo Uol e confirmada pelo MP ao Terra.

A decisão do MPGO está ligada a um novo laudo pericial emitido pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que não encontrou vestígios de pólvora nas mãos do piloto Felipe Ramos Morais, morto durante uma operação da Polícia Militar de Goiás (PMGO) em fevereiro de 2023. O laudo levanta dúvidas sobre a versão dos policiais, que alegaram ter agido em legítima defesa após supostamente serem alvejados por Morais e seus companheiros.

Morais era apontado como o piloto que, em 2018, transportou os líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e Fabiano Alves de Souza, o 'Paca', que foram mortos logo após o voo, em Fortaleza, Ceará.

A delação do piloto foi uma das bases da operação Tempestade, da Polícia Federal, que investigou crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas relacionados ao tráfico internacional de drogas, de acordo com reportagem do Estadão.

A operação que resultou na morte de Morais, assim como de Nathan Moreira Cavalcante, gerente da empresa do piloto, e do mecânico de aeronaves Paulo Ricardo Pereira Bueno, ocorreu em uma fazenda na zona rural entre Abadia de Goiás e Goiânia.

Segundo os policiais envolvidos, incluindo Edson Raiado e o major Renyson Castanheira Silva, o trio teria atirado contra a equipe da PM, levando-os a revidar. Dos 15 tiros que mataram os homens, 12 foram disparados por Raiado. Em agosto do ano passado, a Justiça aceitou a alegação de legítima defesa apresentada pelo MPGO e arquivou o caso. No entanto, o MPGO apontou na época que o local do suposto confronto havia sido alterado, conforme noticiado pelo Metrópoles.

Agora, o novo laudo pericial pode influenciar uma reavaliação do caso. Ao Terra, o Ministério Público informou que a 41ª Promotoria de Justiça de Goiânia, responsável pela investigação inicial, solicitou a análise do laudo pelo Tribunal de Justiça, que encaminhou o documento à 3ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida. A análise do laudo e dos documentos relacionados ao caso será feita pela 93ª Promotoria de Goiânia, que decidirá sobre possíveis novas medidas.

Edson Raiado, o oficial no centro das investigações, ficou nacionalmente conhecido por comandar a equipe de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) durante a perseguição ao serial killer Lázaro Barbosa, operação que lhe rendeu notoriedade e uma condecoração pelo governador Ronaldo Caiado. Em junho deste ano, Raiado foi contratado por Pablo Marçal para reforçar sua segurança, após o empresário alegar que estava recebendo ameaças de morte. 

O Terra entrou em contato com Edson Raiado e também com Pablo Marçal, mas não obteve nenhum retorno até a última atualização desta reportagem. A Polícia Militar de Goiás também não se posicionou sobre o caso. O espaço segue aberto para manifestações.

Fonte: Redação Terra
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