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No Rio, candidatos apelam a 'padrinhos' na última semana de campanha

Por vaga no segundo turno, Crivella aposta em Bolsonaro e Benedita recorre a Lula

9 nov 2020 - 13h01
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RIO - A disputa pela segunda vaga no segundo turno marca os últimos dias da corrida pela Prefeitura do Rio. Enquanto o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) e a deputada federal Benedita da Silva (PT) nacionalizam as campanhas e apelam aos respectivos "padrinhos" - o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, a deputada estadual Martha Rocha (PDT) concentra ataques em Crivella e faz acenos à esquerda.

Segundo a mais recente pesquisa Ibope, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) lidera a corrida eleitoral no Rio, com 32% das intenções de voto. Em seguida aparecem Crivella e Martha Rocha, com 14%. Benedita tem 9%. Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos porcentuais, os três estão tecnicamente empatados.

Depois de uma campanha que não empolgou e de uma gestão marcada por suspeitas de corrupção, Crivella ganhou apoio explícito de Bolsonaro nesta reta final. O presidente gravou um vídeo que tem sido veiculado pelo candidato do Republicanos repetidamente no horário eleitoral gratuito.

Para o estrategista da campanha do prefeito, Rodrigo Bethlem, muitos eleitores ainda não sabem quem é o candidato de Bolsonaro na cidade. O presidente teve dois terços dos votos válidos na capital fluminense no segundo turno de 2018. "Há um eleitorado conservador que precisa ser comunicado", disse Bethlem. Segundo o Ibope, a rejeição a Crivella é de 55%.

A aproximação com o presidente também ocorreu em meio a movimentos de Crivella para agradar bolsonaristas. Na semana passada, a prefeitura liberou praticamente todas as atividades na cidade que tinham sido suspensas por causa da pandemia do coronavírus. A medida incluiu praias, restaurantes self-service e pistas de dança. Bolsonaro questiona o isolamento social como forma de conter a disseminação do vírus.

Assim como Crivella, Benedita também aposta em um "padrinho". Lula tem aparecido em gravações e em vídeos nas redes sociais pedindo votos para a candidata, que já foi sua ministra. Na sexta-feira e no sábado, Benedita também participou de eventos com o ex-presidenciável do PT Fernando Haddad. A ida do ex-prefeito ao Rio foi uma forma de suprir a ausência de Lula, que tem evitado viajar por causa da pandemia do novo coronavírus.

Já a estratégia de Martha Rocha, que passou de 8% para 14% na pesquisa Ibope e registra a rejeição mais baixa entre os quatro primeiros colocados na disputa, mira Crivella. "Somos a candidatura que vai tirar Crivella do segundo turno. O pior prefeito da história do Rio merece uma resposta já dos cariocas", escreveu a pedetista nas redes sociais na sexta-feira passada.

Em outra mensagem de aceno a um possível voto da esquerda, Martha afirmou ser uma "candidata progressista". "Eu entendo que a maior questão que a gente tem que enfrentar agora é a desigualdade social." Além de Benedita, concorre neste campo político Renata Souza (PSOL), que tem 2% de intenções de voto, segundo o Ibope. Ao Estadão, Martha e Benedita defenderam uma aliança da esquerda caso uma delas avance na disputa municipal.

Líder

A campanha de Paes deve continuar a destacar sua gestão (2009-2016), quando o Rio sediou eventos internacionais, como a Olimpíada, e a comparar sua administração com a de Crivella. O principal bordão do ex-prefeito diz que "o Rio vai voltar a dar certo".

Em outra linha, Paes tenta minar o crescimento de Martha Rocha. A campanha do DEM tem veiculado vídeos que mostram dados negativos da gestão dela na Polícia Civil. Também associam a ex-delegada ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB), que comandava o Estado quando ela chefiou a corporação. Preso, Cabral já foi condenado a mais de 300 anos de prisão.

Estadão
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