Nunes beija esposa e diz que B.O não menciona agressão: 'Foi um problema de ligações e mensagens'
Prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que documento não menciona agressão física e que as acusações são resultado de interpretação equivocada
Durante o último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, transmitido pela TV Globo, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi questionado pelo adversário Pablo Marçal (PRTB) sobre o boletim de ocorrência registrado contra ele por sua esposa, Regina Carnovale, em 2011. O caso, que envolve acusações de violência doméstica, foi levantado pelo candidato do PRTB também em outras ocasiões.
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Ao final do debate, Nunes afirmou à imprensa que o documento não menciona agressão física e que as acusações são resultado de uma interpretação equivocada: "Quem leu o B.O. viu que não fala em agressão física. Foi um problema de ligações e mensagens, nunca levantei um dedo para minha esposa ou para qualquer mulher", disse. Ele também disse que o casal superou essa fase e que vivem felizes com sua família. Regina, que o acompanhava no evento, foi até o prefeito, deu a mão a ele, e os dois se beijaram após a entrevista.
Ainda no programa ao vivo, durante as considerações finais, Nunes acusou Marçal de ser "covarde" e "malvado" por trazer o tema à tona sem tempo para resposta. O ex-coach por sua vez, respondeu dizendo que "malvado é um homem que dá a conta dele, da esposa e da filha na máfia das creches", em referência a investigações em andamento contra o atual prefeito.
A troca de farpas sobre o boletim era esperada, já que, no debate promovido pela Folha de S.Paulo na segunda-feira, 30, Marçal questionou Nunes repetidamente sobre o tema. Ao todo, ele questionou o adversário 10 vezes.
Regina Carnovale é casada com Nunes há 27 anos e, juntos, eles têm três filhos. De acordo com a polícia, na ocasião em que houve o registro do B.O. contra o marido, Regina afirmou que eles viviam em união estável há 12 anos, mas que estavam separados há sete meses por conta do "ciúmes excessivo" de Nunes, que na época era vereador.
Posteriormente, ela retirou a acusação. Em 2020, quando o caso se tornou público, ela negou as agressões e disse que "estava em um momento difícil". "Acabei dizendo coisas que não são reais, tanto é que estamos juntos há mais de 20 anos", declarou.
Campanha eleitoral
Nunes também comentou sobre seu desempenho e suas estratégias para os últimos dias de campanha. Com tom otimista, ele afirmou estar satisfeito com sua participação e avaliou a estratégia adotada no debate da Globo. "A minha participação nos debates sempre foi com esse intuito de falar do que fiz, do que estou fazendo, do que vou fazer", avaliou Nunes, que também criticou adversários por apenas "criticar" sem trazer soluções viáveis.
Quando questionado sobre o crescimento de Pablo Marçal nas pesquisas e a possibilidade de não chegar ao segundo turno, Nunes minimizou a preocupação. "Tem várias pesquisas que colocam a gente em primeiro. Pesquisa não é o único parâmetro. Nosso tracking diário mostra que estamos bem. Quem tem experiência [para administração pública] sou eu", analisou o prefeito.
O atual prefeito da capital paulista também ressaltou sua baixa rejeição em comparação com outros candidatos, como Boulos e Marçal, que apresentam altas taxas de rejeição, segundo ele: "No final das contas, o indeciso tende a votar em quem tem boa avaliação e menor rejeição."
No fim, Nunes reforçou a importância do voto útil, afirmando que ele é o único candidato capaz de vencer tanto Boulos quanto Marçal em um eventual segundo turno. "Quem ganha do Boulos e do Marçal no segundo turno sou eu, e isso está em todas as pesquisas", acrescentou.