Nunes evita críticas a Marçal e critica polarização em sabatina na Record
Nunes afirmou que as escolhas para o secretariado são suas e que não há acordos de cargos com partidos políticos que apoiam sua reeleição
Durante a sabatina da Record realizada nesta quinta-feira, 10, Ricardo Nunes (MDB) se absteve de criticar diretamente Pablo Marçal (PRTB) e afirmou que a população "só perde" com a polarização. O atual prefeito, que anteriormente fazia duras críticas e até entrou em embates com o ex-coach antes do segundo turno, agora busca conquistar o eleitorado de Marçal para assegurar sua vitória na eleição municipal.
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Nunes começou fazendo um balanço do primeiro turno das eleições, afirmando que “foi pesado” e que nunca havia presenciado algo semelhante na história da cidade. Ele comentou sobre o clima de ofensas e ataques que dificultou a apresentação de propostas. “Muitas ofensas, muitos ataques, a gente inclusive teve dificuldade de colocar as propostas, tal foi o nível de agressões que foi criado", disse, sem mencionar Marçal diretamente em nenhum momento.
Quando questionado sobre a participação "tímida" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua campanha, Nunes destacou que o ex-presidente “participou, esteve em sua convenção”, embora sua presença tenha sido menos intensa em comparação ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que “estava muito mais presente no dia a dia da campanha”.
Além disso, o prefeito indicou que pretende adotar uma estratégia centrada na sua imagem de gestor, buscando evitar a polarização. Ele destacou que a administração da cidade estará sob sua responsabilidade, e não a de seu aliado político Bolsonaro.
"A partir do dia 1 de janeiro de 2025, assume o prefeito que vai ser escolhido pela população no dia 27 agora. É ele que vai responder os 365 dias em cada um dos quatro anos seguintes. Quando você fizer uma matéria aqui no [programa] Balanço Geral e tiver algum problema na cidade, você não vai cobrar nem o Lula e nem o Bolsonaro, você vai cobrar o prefeito. Quem vai governar a cidade será o eleito agora, no dia 27. Então, essa questão dessa polarização a gente só perde, a gente não chega a lugar nenhum", afirmou na sabatina.
Ele enfatizou que as escolhas para o secretariado são suas e que não há acordos de cargos com partidos políticos que apoiam sua reeleição. Nunes também comentou que, caso o ex-presidente Bolsonaro faça uma indicação relevante para o governo, citando Paulo Guedes como exemplo, ela será levada em consideração. No entanto, assegurou que manterá um secretariado técnico.
“Se ele [Bolsonaro] indicar o Paulo Guedes como secretário da Fazenda, está aceito”, pontuou. Hoje, o cargo é ocupado por Luis Arellano, que recebeu elogios do prefeito. "É procurador de carreira, formado em Matemática e Direito. É um grande secretário da Fazenda, mas o Paulo Guedes é muito bem-vindo", acrescentou.
Além de apresentar algumas de suas propostas para habitação, saúde, transporte, segurança e aos problemas de enchentes na cidade, o candidato usou a estratégia de fazer ataques ao adversário, Guilherme Boulos (PSOL). “Eu defendo polícia armada, ele defende desmilitarização, o que é isso? Acabar com a polícia. Eu sou contra a liberação de drogas", disse Nunes, que também insistiu na tecla que é o mais bem preparado e com capacidade de administrar a maior cidade do país.
Quando abordado sobre o apoio de Pablo Marçal, Nunes expressou que deseja atrair os eleitores dele, enfatizando, como já repetiu em outras ocasiões, que sua candidatura representa a "direita e o centro". Ele mencionou que a maioria dos eleitores de Marçal é de direita e que, apesar das trocas de farpas, não teme que a divisão de votos que ocorreu no primeiro turno beneficie o adversário.
"O que o Pablo Marçal dizia lá atrás? Que ele só entrou na disputa para vencer o Guilherme Boulos. Foi o que ele falou, tem vídeos. E não teria, agora, como uma linha de coerência, ele não ser contra o Guilherme Boulos", argumentou o prefeito após Marçal afirmar que o candidato do PSOL poderia ganhar a eleição e que não apoiará Nunes.