Nunes se defende de acusações de envolvimento com 'máfias das creches' e de aborto legal negado
Atual prefeito de São Paulo busca a reeleição à Prefeitura de São Paulo pelo MDB
Candidato à reeleição pela Prefeitura de São Paulo pelo MDB, Ricardo Nunes afirmou nesta segunda-feira, 12, que será "o prefeito que vai cobrir em maior percentual o programa de metas" da cidade de São Paulo. O atual prefeito da capital é o quinto e último entrevistado da série de sabatinas realizada pelo g1.
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Nunes, que foi vereador de São Paulo por oito anos, deixou o cargo de vice-prefeito para assumir a Prefeitura de São Paulo em 2021, após a morte do ex-prefeito Bruno Covas. Em busca da reeleição, ele disse que os próximos quatro anos serão os melhores que a capital já viveu.
"Já estamos cumprindo mais do que a gente tinha planejado, até porque no decorrer desse tempo nós conseguimos trazer a cidade a um patamar de investimentos nunca tido na história. O principal é que conseguimos cuidar da saúde financeira da cidade. Pode prometer o que quiser, mas se não tiver recurso para fazer aquilo que se propõe, não tem como", declarou.
'Máfia das creches'
Ricardo Nunes negou ter envolvimento com a 'máfia das creches', um esquema investigado pela Polícia Federal. Até o momento, 116 pessoas foram indiciadas por suspeita de desvio de dinheiro público de creches conveniadas com a prefeitura da capital.
"Eu nunca tive uma condenação, nunca. Na minha vida inteira, nunca fui condenado a nada, absolutamente nada. A minha vida inteira foi combater corrupção como vereador, presidente da CPI da sonegação tributária, relator da CPI do Theatro Municipal", disse.
Além disso, o atual prefeito afirmou que, em quatro anos de sua gestão, "não falta creche para ninguém aqui em São Paulo" e que 100% das creches funciona em período integral. "Atendimento com cinco refeições, valorização das nossas pedagogas e funcionários", completou.
Aborto legal
Em junho deste ano, uma mulher vítima de estupro teve o serviço de aborto legal negado por quatro hospitais da cidade de São Paulo, sendo um deles do Estado e os outros três ligados ao poder municipal.
Ao responder questionamentos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Prefeitura de São Paulo afirmou que negou a realizção do aborto legal de maneira "momentânea".
A paciente acabou sendo transferida para um hospital federal, no qual ela pode realizar o procedimento, que hoje é permitido no Brasil em casos de estupro, anencefalia do feto ou quando a mãe corre risco de morte.
Em relação a esse caso, o atual prefeito de São Paulo respondeu que o "[ministro] Alexandre de Moraes não tem condição de dizer mais do que o médico" e querer opinar no dia a dia do técnico.
"O que a gente segue é um procedimento, existe todo um critério para ter uniformidade. Se alguém descumprir o procedimento, vai responder [legalmente]. Não foi negado fazer. Foi colocado para outros equipamentos porque a gente deixaria de fazer outras cirurgias como endometriose. (...) Isso não é político, é técnico", declarou.
Sustentabilidade
Ao ser questionado sobre como pretende lidar com questões como as mudanças climáticas e, principalmente, sobre como São Paulo é afetada pelo fenômeno, o atual prefeito explicou que sua gestão tem atuado em várias frentes de sustentabilidade. De acordo com o gestor, a ativação da Operação Integrada de Defesa das Águas (OIDA) foi uma das principais ações para melhorar as áreas de mananciais.
Nunes afirmou que a área de cobertura vegetal da capital chegou a 54% e que sua gestão tem trabalhado para inaugurar mais parques na cidade. "Temos hoje 15% de área de mata pública. São parques municipais, estaduais e áreas indígenas. Eu estou desapropiando 11% do território da cidade de São Paulo e passaremos a ter 26% de área de mata preservada", disse.
Polêmica com transporte público
Pouco tempo depois das empresas de ônibus Transwolff e UPBus terem sido apontadas como meios de lavagem de dinheiro para o PCC, o prefeito Ricardo Nunes gravou um vídeo elogiando o serviço da UPBus na capital.
Na entrevista desta segunda-feira, Nunes disse que fez isso para evitar que a empresa deixasse de prestar serviços para a população enquanto o caso não era resolvido, mas que sua gestão definiu a intervenção na UPBus.
"Eu que decidi fazer [intervenção] na UPBus porque o MP estava investigando as duas empresas. Quando você faz uma intervenção os funcionários ficam com medo de não receber os salários, os fornecedores também. (...) Era muito importante que eu, como prefeito, garantisse a continuidade do trabalho e do atendimento para o passageiro", explicou.