Nunes se preocupa com abstenção, e Boulos não é reconhecido em mercado municipal
Nesta quinta-feira, 24, Nunes se reuniu com medalhistas olímpicos e esportistas no centro; Boulos concentrou a agenda em São Miguel Paulista
A campanha dos candidatos à Prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) entra na reta final do segundo turno, faltando três dias para o pleito municipal. Nesta quinta-feira, 24, o atual prefeito teve um encontro com representantes de diversas modalidades esportivas.
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Já o professor visitou o projeto social de uma igreja evangélica na zona sul da capital, levou seu Debate na Rua para a Cidade Nitro Operária, em São Miguel Paulista, e por lá emendou o almoço no mercado municipal da região.
Novo levantamento do Datafolha, divulgado nesta quinta-feira, mostrou Nunes ainda liderando, com 49% das intenções de voto, a corrida pela Prefeitura de São Paulo. Boulos apareceu com 35%.
Nunes preocupado com abstenção
A campanha de Ricardo Nunes tem oscilado entre o otimismo por estar à frente nas pesquisas de intenção de voto e o medo de uma possível alta na taxa de abstenção, assim como foi no primeiro turno.
O atual prefeito fez um apelo nesta manhã, durante o Encontro de Ricardo Nunes com o Esporte, para que a população não deixe de votar no próximo domingo, 27.
"As pesquisas mostram que estamos bem, mas eleição só se ganha quando as urnas fecham. Precisamos falar com amigos, familiares, nas redes sociais, para que todos compareçam no domingo. O voto é o momento sublime do exercício da cidadania e da nossa democracia", afirmou.
Ao ser questionado por jornalistas sobre os resultados das pesquisas de intenção de votos que saíram nos últimos dias, ele declarou que há uma "margem ampla" entre ele e Boulos e que, por isso, está "tranquilo". Contudo, ele ressaltou que continuará trabalhando duro até o dia da eleição.
O encontro promovido no Edifício Praça da Bandeira (antigo Edifício Joelma), na área central da cidade, contou com a presença do ex-ministro e deputado federal Aldo Rebelo, de medalhistas olímpicos, como Maurren Maggi e Arthur Zanetti, e representantes do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Na ocasião, ele se emocionou ao lembrar da sua infância no Parque Santo Antônio, onde cresceu. "Passa um filme na cabeça. Lembro que era um campo de terra, a trave de madeira. Nunca fui bom de bola. Me emociono porque são muitas lutas, muitos sonhos, e quem está na periferia se pergunta o que o futuro reserva", disse.
Ele aproveitou o encontro para falar sobre sua gestão na área esportiva e os planos para os próximos anos, caso seja reeleito. "Inauguramos centros esportivos importantes e temos um planejamento para continuar ampliando esses espaços. Como conseguimos ajustar as finanças da cidade, nos próximos quatro anos vamos avançar ainda mais", explicou
Boulos busca votos de indecisos e não é reconhecido
A campanha de Boulos na reta final do segundo turno tem sido marcada por uma agenda intensa em bairros periféricos, na tentativa de reduzir a vantagem de Nunes, que lidera as pesquisas. Nesta quinta-feira, o candidato focou sua atenção na zona leste da capital, onde visitou projetos sociais e participou de um almoço no Mercado Municipal de São Miguel Paulista.
Logo pela manhã, Boulos visitou a Associação Pescando e Resgatando Vidas, um projeto social mantido por uma igreja evangélica, onde conversou com moradores da região. Em seguida, participou de mais um Debate na Rua, uma das apostas da campanha para angariar votos de indecisos, realizado na Avenida Marechal Tito.
Por volta do meio-dia, o candidato chegou ao Mercado Municipal de São Miguel Paulista, também na avenida, sendo recebido por dezenas de apoiadores. Acompanhado por cânticos como “Eu já falei que vai virar, é no 50 que São Paulo vai votar”, Boulos tirou fotos e conversou com eleitores, demonstrando otimismo com a campanha.
Apesar de demonstrar confiança, Boulos também alfinetou seu adversário. “Faria bem para meu adversário descer do pedestal e vir ouvir as pessoas. Quem sabe deixasse de falar tanta mentira nos debates. Quem sabe, se tivesse feito isso antes, não teria feito um governo tão ruim”, afirmou.
No almoço, acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), Boulos pediu uma refeição simples e foi interrompido por um eleitor que criticou o cenário político, chamando de 'jogo de interesses'. A equipe do candidato garantiu que o homem fosse ouvido, evitando a interrupção da conversa apesar das tentativas de apoiadores irritados.
Mesmo cercado por uma multidão de apoiadores entusiasmados, o psolista enfrentou momentos curiosos durante o almoço. Embora a recepção calorosa tenha sido evidente por parte de seus eleitores, alguns funcionários do local sequer sabiam quem ele era.
Conforme o candidato se deslocava pelo mercado, foi possível ouvir de diferentes partes do estabelecimento que muitas pessoas não reconheciam a figura política que causava a agitação.