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Objetivo é só atrapalhar, diz Alckmin de investigação do MP

Segundo investigações da procuradoria estadual, decretos assinados pelo então governador poderiam ter beneficiado um sobrinho de sua esposa

25 set 2018 - 11h50
(atualizado às 12h03)
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O candidato do PSDB à Presidência da República nas eleições 2018, Geraldo Alckmin, criticou a abertura de um inquérito por parte do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para investigar supostas irregularidades em decretos assinados quando era governador do Estado e que poderiam ter beneficiado um sobrinho de sua esposa.

Candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, durante entrevista à imprensa estrangeira em Brasília
Candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, durante entrevista à imprensa estrangeira em Brasília
Foto: Adriano Machado / Reuters

"O objetivo é só atrapalhar mesmo (a campanha eleitoral), é absolutamente irresponsável", disse o tucano em entrevista concedida na manhã desta terça-feira à rádio Gaúcha. "Nós fizemos obras no Estado inteiro, estamos duplicando uma rodovia e tivemos 130 propriedades desapropriadas. Nunca soube quem eram os proprietários até que vejo uma matéria na imprensa falando que um sobrinho da minha mulher (foi beneficiado). Só que não tem sobrinho nenhum, mas a ex-esposa desse sobrinho, cuja família tinha propriedade lá. Eles eram casados em regime de separação total de bens e hoje não são mais", rebateu o ex-governador.

A denúncia, oferecida ontem pelo promotor Marcelo Camargo Milani foi aberta após ao jornal Folha de S. Paulo mostrar dois decretos assinados pelo tucano em 2013 e 2014 que culminaram na desapropriação de imóveis de Othon Cesar Ribeiro, sobrinho de Alckmin, e sua esposa à época, Juliana Fachada. As ações, que fazem parte da construção de uma estrada na região de São Roque, no interior do Estado, teriam rendido uma indenização de ao menos R$ 3,8 milhões.

Othon é filho de Adhemar Ribeiro, irmão da ex-primeira-dama. Adhemar é citado em delações da Odebrecht como arrecadador de caixa dois para campanhas do tucano em 2010 e 2014.

"Não é governo que paga, é a concessionária, e quem estabelece valor é a Justiça", completou Alckmin.

Na entrevista, Alckmin voltou a atacar Jair Bolsonaro e apelar para a estratégia do voto útil contra o PT. "Tem eleitores que, como não querem a volta do PT, têm medo, olham a pesquisa veem que Bolsonaro está na frente e vão de Bolsonaro. Só que é o contrário, Bolsonaro é a maneira mais rápida de trazer o PT de volta", explicou. "É preciso olhar o segundo turno, no 1º, o eleitor escolhe, no 2º o eleitor rejeita e Bolsonaro tem a maior rejeição, perde para todos no segundo turno", disse, referindo-se à pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada ontem.

Veja também:

Alckmin diz que governo Temer padece de legitimidade:
Estadão
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