ONU: 'Governo Maduro cometeu crimes contra humanidade na eleição'
Segundo a ONU, durante este período, o governo venezuelano empreendeu ações repressivas contra opositores, antes e após as eleições presidenciais, criando um cenário de tumulto e violência
Uma investigação conduzida pela Missão Internacional Independente da ONU sobre a Venezuela concluiu que o governo de Nicolás Maduro cometeu crimes contra a humanidade durante o período eleitoral. O relatório publicado pela missão destaca graves violações de direitos humanos ocorridas entre setembro de 2023 e agosto de 2024. Durante este período, o governo venezuelano adotou ações repressivas contra opositores, antes e após as eleições presidenciais, criando um cenário de tumulto e violência no país.
De acordo com o relatório de 161 páginas, as práticas repressivas incluíram detenções arbitrárias, tortura, desaparecimentos forçados de curto prazo e violência sexual. O documento afirma que estas ações fazem parte de um plano coordenado para silenciar críticos e oposição política. Além disso, destaca que tais violações equivalem a crimes contra a humanidade, sobretudo devido às intenções discriminatórias com base na identidade política das vítimas.
Violações de Maduro
A investigação apontou que menores de idade estão entre as vítimas das violações. Um dos casos destacados no relatório envolveu duas adolescentes, de 15 e 17 anos, que foram detidas sem que houvesse protestos em curso em seu local de prisão. Relatos indicam que as jovens sofreram violência física e foram submetidas a atos humilhantes e invasivos. Este tipo de tratamento reflete a gravidade dos abusos praticados sob o regime, envolvendo inclusive violações de direitos de menores de idade e de pessoas com deficiências.
Após a declaração de vitória de Maduro, manifestações em massa eclodiram pela Venezuela, resultando em dezenas de mortes e centenas de feridos. A missão da ONU registrou a morte de 25 pessoas, incluindo duas crianças, durante esses protestos. Milhares foram detidos, muitos dos quais sem o devido processo legal.
O relatório da ONU reitera a necessidade urgente do governo venezuelano libertar todos os detidos arbitrariamente e de respeitar os direitos humanos fundamentais. Além disso, apela ainda para que a integridade física e psicológica dos presos seja assegurada, juntamente com seu direito ao devido processo legal.
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