Operadores de câmbio se preparam para volatilidade grande após eleição dos EUA
Operadores de câmbio buscavam se proteger contra grandes movimentos de preços que podem se seguir aos resultados da eleição presidencial dos Estados Unidos, levando a volatilidade implícita do euro e do peso mexicano ao nível mais alto desde o pleito de 2016.
O euro e o peso mexicano são vistos como os mais sensíveis ao resultado da eleição, que há semanas está acirrada entre a vice-presidente democrata, Kamala Harris, e o ex-presidente republicano Donald Trump.
Kamala e Trump permanecem praticamente empatados nas pesquisas de opinião e o vencedor pode não ser conhecido por dias após o término da votação.
Analistas acreditam que as promessas de Trump sobre imigração, cortes de impostos e tarifas pressionariam a inflação para cima e elevariam os rendimentos dos Treasuries e o dólar, enquanto Kamala é considerada como a candidata da continuidade.
A volatilidade implícita do euro, que reflete a demanda por proteção contra movimentos de preços de curto prazo, subiu para 26,4%, a maior desde 9 de novembro de 2016, um dia após a eleição dos EUA naquele ano, quando Trump venceu, contrariando as pesquisas.
A volatilidade do peso mexicano subiu para mais de 87%, a maior desde o dia da votação de 2016, em 8 de novembro.
"A eleição de hoje está mais apertada do que um cara ou coroa, destacando a incerteza em torno do resultado", disseram estrategistas da Monex Europe em uma nota diária.
"Esse fato provavelmente manterá a movimentação de preços do mercado leve hoje, com operadores aguardando os resultados nas primeiras horas da madrugada."
Olhando para o futuro, operadores de câmbio também não estão prevendo um grande arrefecimento na volatilidade nas próximas semanas.
A volatilidade implícita de uma semana para o euro atingiu 13,06%, seu maior valor desde março de 2023, quando o colapso do Credit Suisse abalou os mercados. A volatilidade de um mês também está em torno do maior nível desde março do ano passado.
A volatilidade do peso em uma semana está em 44%, a maior desde a crise da Covid-19 em março de 2020, e quase quatro vezes maior do que na época da eleição de 2020 nos EUA.